Escrito por Sulivan França - 27 de Maio de 2019

Não é exagero dizer que qualquer profissional, por mais bem-sucedido que seja, pode se beneficiar desse processo em sua carreira.

Ou você pensa que existe alguém, seja ele empreendedor, gestor ou profissional de nível operacional, que chegou em um patamar tão alto que não tem nada mais a aprender?

Se alguém diz que já sabe tudo sobre sua área, esse não é um sinal de excelência, mas sim de imaturidade.

Bill Gates, por exemplo, é um dos homens mais ricos do planeta, criou uma das marcas mais importantes e famosas do mercado mundial e, mesmo assim, é um leitor voraz, ávido por conhecimento.

É claro que estamos falando de um empreendedor de exceção, que aparentemente se encaixa muito melhor na função de mentor do que de mentorado.

Bill Gates, no entanto, chegou onde está hoje porque soube compreender a importância de seus mentores.

Aliás, colhe conselhos até hoje com um deles, o megainvestidor Warren Buffet, bilionário como ele próprio.

Se você quer entender melhor no que consiste, afinal de contas, o processo de Mentoring, está no lugar certo.

Neste artigo, você vai saber sobre:

O que é Mentoring?

Mentoring VS. Coaching: qual a diferença?

Como funciona o processo

Aplicações do Mentoring

Principais benefícios do Mentoring

Quem é o mentor do processo?

Mentoring ou Coaching: qual escolher?

O tema interessa? Então, boa leitura!

O que é Mentoring?

Mentoring é um processo em que um profissional mais velho e experiente, o mentor, orienta e aconselha um mais jovem, o mentorado.

Essa relação se baseia no fato de que quem já está na lida há mais tempo acumulou uma série de conhecimentos teóricos e práticos que podem ajudar quem não tem tanta experiência a atalhar o caminho e evitar determinados erros.

O Mentoring envolve aconselhamento sobre questões técnicas, éticas, networking e muito mais.

Vale dizer ainda que o mentor não precisa atuar ou ter atuado necessariamente na mesma área de trabalho, como veremos mais adiante.

Afinal, há conselhos sobre carreira, comportamento, negociações, tomada de decisão, investimentos e outros assuntos que valem para qualquer área.

O mentorado pode encontrar essa figura em um amigo, familiar ou até uma pessoa da mesma empresa.

Existem mentores voluntários, mas também aqueles que têm o Mentoring como uma atividade profissional, remunerada.

Entre os voluntários, as motivações para disponibilizar seu tempo ajudando outra pessoa sem receber dinheiro em troca podem ser várias.

Para começar, fazer a diferença na vida de uma pessoa já traz uma satisfação muito grande, ainda mais se o mentorado se destacar e fizer a diferença ele também, seja em outras pessoas, no mercado em geral ou em sua comunidade.

Além disso, o mentor desenvolve seu networking e aprende bastante também, pois entra em contato com novas realidades e desafios através de seu mentorado.

Sem contar que ele vai contar com a lealdade de uma pessoa que tem toda a carreira pela frente, podendo ganhar visibilidade e reconhecimento caso ela se destaque profissionalmente.

Mentoring x Coaching: qual a diferença?

O Mentoring é muito comparado com o Coaching, o que faz sentido, porque são processos que têm várias semelhanças.

Em ambos, uma pessoa orienta a outra, com o objetivo de fazer com que ela evolua e alcance os objetivos que se propõe.

Mas é importante deixar claro que, apesar das semelhanças, Coaching e Mentoring são processos distintos.

O Coaching é um trabalho mais metódico, realizado em sessões com dia e duração predeterminados.

É sempre um trabalho profissional, ou seja, pago, no qual o coach aplica sua metodologia, com um sistema de trabalho por etapas.

O Coaching começa com atividades de autoavaliação, depois com definição de objetivos e metas.

Em seguida, é feito um plano de ação com o que deve ser feito e também são definidos indicadores para o acompanhamento dos resultados.

O processo pode ter duração indefinida, mas geralmente acontece com início, meio e fim.

Não existe a exigência de o coach ser mais velho e ter mais experiência que seu cliente.

O requisito principal é que ele tenha uma boa formação e certificação para atuar na área.

Pois é desse modo que ele aprende os métodos e técnicas aplicados no processo de Coaching.

Já no Mentoring, quase sempre o mentor é mais velho, pois é justamente sua bagagem profissional que o qualifica para essa posição.

É uma relação mais informal, mesmo nos casos em que existe uma contrapartida financeira. Não há tanta rigidez quanto à frequência e duração dos encontros.

Também não é seguida uma metodologia específica, nem uma ordem de etapas em que ocorre a mentoria.

Tem mais a ver com um aconselhamento, que ocorre conforme as dúvidas do mentorado vão surgindo.

Se, por um lado, o Mentoring é um processo mais aberto, o Coaching traz resultados mais imediatos.

Isso acontece porque ele trabalha mais o lado do próprio coachee (o cliente assessorado no Coaching), de forma a conhecer suas fraquezas, qualidades e oportunidades de evolução.

Embora tenha um papel fundamental, o coach atua, em comparação com o mentor, mais como alguém que estimula e dá suporte ao autodesenvolvimento do que como um conselheiro.

Mentoring: como funciona o processo

Como acabamos de explicar, o processo de Mentoring é, geralmente, mais aberto que o de Coaching.

Isso significa que o modelo em que o mentor aconselha seu mentorado pode variar bastante, conforme a preferência e conveniência dos dois.

O processo pode ocorrer, por exemplo, por telefone ou pela internet, o que facilita bastante.

O melhor, no entanto, é que os encontros sejam presenciais, o que potencializa a transferência de conhecimento e experiência.

A frequência e duração das sessões depende da combinação entre os dois. Podem ser combinados encontros bissemanais, semanais, quinzenais ou mensais, por exemplo.

Embora não seja um processo rígido, é bom que o tempo seja aproveitado de forma objetiva, não apenas para bater papo.

Algumas práticas do Coaching podem ser copiadas, como seguir um roteiro que começa com exercícios de autoavaliação, depois definição de objetivos e metas e, então, um plano de ação e acompanhamento.

Emular completamente o modelo do Coaching em um processo de Mentoring, porém, é um desperdício.

Afinal, muitas vezes, é nos pequenos detalhes que o aconselhamento de um mentor faz a diferença.

Ele pode, por exemplo, dar dicas de posicionamento perante determinado problema que surgiu na empresa, relembrando um episódio marcante de sua trajetória.

Ou, então, orientar sobre como conduzir ou se portar em uma reunião importante com membros de alta hierarquia da companhia.

Quando buscar uma nova oportunidade profissional? Quando e como pedir um aumento ou promoção? Como deixar o atual emprego e manter as portas abertas?

São questões que para alguns parecem simples, mas nas quais as sutilezas importam bastante  e o mentor pode ter muito a ensinar.

Aplicações do Mentoring

Outra semelhança entre o Mentoring e o Coaching é que, em ambos os casos, há várias aplicações possíveis.

No caso do Coaching, existem nichos, de modo que o coach pode se especializar para orientar especialmente questões de carreira, desenvolvimento de lideranças ou espírito empreendedor, por exemplo.

O mentor também pode ter suas especialidades, embora seja comum que ele domine vários aspectos da trajetória profissional.

Dependendo da sua experiência, o mentor pode aconselhar uma transição na carreira e também um plano para subir posições em determinada empresa.

A seguir, conheça as principais aplicações do Mentoring.

Mentoring de carreira  

A gestão da própria carreira não é fácil para ninguém. 

O grande problema é que somos obrigados a tomar decisões que impactarão em nossa vida por muito tempo.

Desde o curso escolhido na universidade até a preferência por determinadas oportunidades de emprego.

Como saber se, daqui a alguns anos, o mercado ainda será promissor naquela área ou se você ainda terá interesse naquela área?

Para quem está no meio do processo, é muito difícil. Por isso, a gestão da carreira é um dos assuntos em que o mentor tem mais a ensinar ao seu mentorado.

Afinal, ele certamente teve as mesmas dúvidas que expusemos aqui, com a vantagem de já ter passado pelo crivo do tempo para saber quais foram as melhores escolhas.

Veja bem, o Mentoring, nesse caso, não serve para seguir exatamente os mesmos passos do mentor, mas sim para aprender com seus erros e acertos.

Qual a melhor postura em determinado cenário? Ser mais conservador ou assumir o risco? Ser racional ou seguir o coração?

É nesse tipo de questão que o mentor apresenta seus conselhos.

Mentoring nas empresas

Seu mentor pode estar na mesma empresa que você trabalha. Sabe aquele chefe ou colaborador de outro setor com uma bagagem profissional incrível, que você sempre admirou?

Quem sabe ele pode ser o conselheiro que você está procurando.

Quando essa figura já está há muitos anos na empresa, ele pode orientar sua ascensão na profissão e, por que não, na organização.

Se esse for o caso, é necessário redobrar as atenções para não ultrapassar nenhum limite ético.

O mentorado não pode se aproveitar que seu mentor tem prestígio e mais tempo de empresa para obter informações que lhe ofereçam uma vantagem desleal em relação a seus colegas.

Já o mentor, caso esteja em uma posição de chefia em relação ao mentorado, não pode dar a ele privilégios.

A relação entre os dois deve ser mais de transferência de conhecimentos e orientação para o desenvolvimento de capacidades desejadas na companhia.

Mentoring para empreendedorismo

Se administrar uma carreira é difícil, o que podemos dizer de gerir uma empresa?

Esse é um desafio tão apaixonante quanto complicado, ainda mais nos dias atuais, com tanta tecnologia, competitividade, globalização e volatilidade no comportamento e preferência do consumidor.

Nesse contexto, contar com a orientação de um mentor que já empreendeu e passou por todas essas agruras é uma grande vantagem.

O mais bacana é que a área de atuação da empresa do mentor nem precisa ser a mesma do mentorado.

Um ótimo exemplo é o da relação entre Bill Gates e Warren Buffet, que citamos no início deste texto.

Enquanto Gates é um nerd da tecnologia, Buffet é um investidor que sequer usa e-mail.

Ambos, no entanto, enfrentam o desafio de administrar impérios, respectivamente da Microsoft e do conglomerado Berkshire Hathaway.

O Mentoring para empreendedorismo serve não apenas para conhecer os erros mais comuns a serem evitados, mas também para desenvolver uma mentalidade positiva em relação ao fracasso.

Afinal, todo empreendedor de sucesso já errou bastante e aprendeu a valorizar muito esses momentos, pois eles garantem valiosos aprendizados.

Mentoring educacional

Tanto o Coaching quanto o Mentoring valorizam muito o aprendizado prático e a transferência de conhecimentos e experiências.

Mas há evoluções que só podem ser alcançadas com muito estudo tradicional, metendo a cara nos livros, mergulhando em vídeo aulas e exercitando repetidamente o conteúdo aprendido.

É assim que desenvolvem-se habilidades técnicas, fundamentais em muitas das áreas mais valorizadas hoje em dia.

O Mentoring educacional serve para potencializar esse período de estudos, especialmente no caso dos autodidatas.

Embora qualquer mentor com bastante experiência e conhecimento costume ter boas dicas em geral sobre práticas de estudo, nesse caso, é melhor contar com um que seja uma referência específica na área em que se pretende evoluir.

A ideia não é que ele seja seu professor, mas sim que funcione como um guia, orientando quais conteúdos estudar e fornecendo feedbacks sobre o aprendizado demonstrado.

Mentoring para concursos

Podemos dizer que o Mentoring para concursos envolve aspectos de outras categorias que apresentamos nos tópicos anteriores.

Ele tem a ver com o Mentoring de carreira, por exemplo, pois inscrever-se em um concurso não deixa de ser uma decisão relacionada à vida profissional e o futuro dela.

Mas também tem relação com o Mentoring educacional, pois orienta o mentorado a estudar para conseguir seu objetivo, que é a aprovação.

A diferença do mentor para concursos e do coach para concursos é que o segundo vai focar em técnicas de concentração e absorção do conhecimento estudado.

Já o mentor entra também na parte estratégica, estimulando o mentorado a se questionar se o concurso é realmente a melhor escolha para a sua carreira.

Principais benefícios do Mentoring

Quando perguntam qual a vantagem de se tornar um mentor é até compreensível.

Afinal, embora ser a referência para alguém e ajudar essa pessoa traga uma grande satisfação, há quem pense que sua experiência profissional é uma oportunidade de ganhar dinheiro, e não de colaborar com a evolução dos demais.

Se questionam os benefícios para o mentorado é ainda mais fácil responder, difícil é entender porque ainda existem dúvidas.

Vamos relacionar agora algumas das principais vantagens do Mentoring para o profissional orientado.

1. Melhora os relacionamentos

Com sua experiência, o mentor transmite muitos conhecimentos na área da inteligência emocional.

Uma carreira longa ensina qualquer um a lidar com as diferenças e tirar sempre o melhor dos relacionamentos com colegas, subordinados, superiores, clientes, fornecedores, etc.

2. Qualifica a tomada de decisão

Com o processo de Mentoring, o profissional aprende a reconhecer e interpretar as muitas variáveis que impactam na tomada de decisão.

O mentor ajudará ele a encontrar o equilíbrio perfeito entre a intuição e o conhecimento técnico quando uma ação ou escolha precisar ser feita.

3. Amplia o networking

Quem já está há mais tempo no mercado possui, naturalmente, uma rede de contatos considerável.

A partir do momento que você se torna mentorado de uma pessoa experiente, essa rede passa a estar disponível para você.

4. Aumenta a autoestima e a motivação

Ter conselhos e feedbacks de uma pessoa que lhe causa admiração provoca uma sensação prazerosa de confiança, de estar no rumo certo.

Quem é o mentor do processo?

Há muitas pessoas que compreendem as vantagens que o Mentoring pode trazer e, por isso, têm muita vontade de experimentar o processo.

Porém, não sabem onde encontrar um mentor. 

É uma dúvida muito comum entre profissionais em busca de desenvolvimento pessoal.

Ao contrário do que alguns pensam, o mentor não precisa ser coach

Ele pode ser simplesmente uma pessoa que o mentorado tome como referência, como alguém que tem muito conhecimento e experiência para compartilhar.

Ter experiência na mesma área que o mentorado ajuda, pois ele será capaz de opinar sobre os detalhes de seu exercício profissional.

Mas não é uma regra, afinal, há pessoas que têm conhecimento multidisciplinar, capazes de orientar trabalhadores de todos os nichos.

Um investidor, por exemplo, normalmente acumula conhecimentos sobre vários segmentos, pois é de seu interesse saber mais sobre tudo o que move a economia.

Já um empreendedor pode ser um bom mentor mesmo para quem não tem planos de empreender, porque ele sabe o que um administrador procura em um bom profissional.

Enfim, há várias possibilidades. Para encontrar um bom mentor, primeiro olhe ao redor, entre as pessoas que você conhece e com quem mantém boa relação.

Pode ser na própria empresa, na família ou no círculo social mais amplo.

Outra possibilidade é buscar construir laços com pessoas que você admira, de quem adoraria ouvir conselhos.

Não custa tentar o contato com esses profissionais, mesmo que eles passem a ideia de serem inatingíveis. 

Quem sabe você possa se surpreender, pois eles talvez sejam muito mais abertos que imagina.

A questão é que, para que uma pessoa com quem você não tem nenhuma relação aceite ser seu mentor, é preciso oferecer uma contrapartida.

Que não é necessariamente dinheiro ou a participação em um novo negócio. 

O interesse do mentor pode ser simplesmente um objetivo, um projeto que o empolgue, que ele queira que alguém desenvolva.

Mentoring ou Coaching: qual escolher?

Tanto o Mentoring quanto o Coaching são experiências bastante enriquecedoras para quem resolve experimentar.

Muitas vezes, não é a pessoa que escolhe um ou outro, mas sim as circunstâncias que se apresentam.

Por exemplo, é natural que um profissional que seja próximo de alguém que admira bastante acabe desenvolvendo com ele uma relação de Mentoring, mesmo sem se dar conta.

Já o serviço de Coaching é comumente contratado graças à indicação de um colega ou amigo que notou grande evolução após experimentá-lo.

E quanto a você, que já leu aqui sobre os dois processos e sabe que pode encontrar um mentor mesmo que não seja próximo de um? Qual processo escolher?

Se o que você deseja é uma relação mais próxima, aberta e duradoura, para obter conselhos e aprender com a experiência do outro, o Mentoring é o processo ideal.

Caso esteja querendo aprimorar o autoconhecimento e conhecer práticas motivacionais, de desenvolvimento pessoal e profissional, de gestão do tempo e de relacionamento, o Coaching é a pedida.

O Coaching deve ser atrelado a objetivos específicos e acontece com o agendamento de sessões pagas.

Nada impede você de experimentar os dois processos ao mesmo tempo. Aliás, se você tiver a oportunidade, recomendamos que experimente.

Enquanto o Mentoring pode ser uma relação para a vida toda, as sessões de Coaching cumprem finalidades estratégicas

Combinados, os dois potencializam os resultados.

Conclusão

"Se conselho fosse bom ninguém dava, vendia". Essa é uma frase tão popular quanto falsa. 

Quem a repete provavelmente nunca se aconselhou com as pessoas certas.

Pode até ser que existem muitas pessoas egoístas por aí, mas também existem muitas que não se importam em compartilhar bons conselhos de graça.

Esse é o espírito do Mentoring, processo em que o mentor, um profissional com muita experiência orienta um mais jovem, o mentorado, ainda no início de sua carreira.

Existem mentores que recebem para isso, sim, mas na maioria dos casos, eles disponibilizam seu tempo apenas pelo prazer de obter o reconhecimento e ver seu conhecimento bem absorvido e aproveitado.

Da parte do mentorado, as vantagens são imensas, porque ele tem à sua disposição as opiniões e histórias de uma pessoa que já passou por bastante coisa.

A relação entre mentor e mentorado, é bom dizer, não é de superior e subordinado.

É importante que essa distinção fique clara sobretudo quando os dois trabalham na mesma empresa. O mentor não dá ordens, apenas conselhos.

Também é uma relação diferente do que aquela que se tem entre coach e coachee em um processo de Coaching.

Se você quiser saber mais sobre o Coaching e suas formações, navegue pelo site da SLAC® Coaching ou entre em contato conosco.

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