Escrito por Sulivan França - 30 de Janeiro de 2019

Vou falar sobre o que eu chamo de dinâmicas de alto impacto...

É como a famosa "quebra da madeira", aquela em que o indivíduo pede para que alguém dentro do treinamento segure uma madeira e ele vai dar um soco na madeira para quebrá-la.

Tem o caminhar sobre brasas, da qual muita gente já ouviu falar. Também tem o entortar de uma barra de ferro no pescoço, na qual o indivíduo coloca uma barra de ferro, do tipo vergalhão de construção civil, e outro também coloca e eles forçam até entortar essa barra de ferro.

É importante dizer que tudo isso é um processo que a gente pode até dizer circense. Porque a grande verdade é que essas dinâmicas, como tantas outras, elas são verdadeiras metáforas.

E o que eu quero dizer por metáfora? Ela é uma forma de quebrar um paradigma de um indivíduo em um determinado contexto e de mostrar o seguinte: aquela tábua, que parecia que você não poderia quebrar, você pode quebrar. Então, fazer uma analogia disso com a superação de um desafio específico na vida que todos nós enfrentamos.

Algo como: você acha que não é possível e não teria resistência para caminhar sobre brasas e você conseguiu. Então, vem aquela metáfora: como é que você faz quando se depara com os desafios na sua vida? Você supera, você enfrenta?

A mesma coisa com a barra de ferro no pescoço. Quando você se depara com desafios rígidos, com situações que te impedem de superar desafios, como é que você lida com isso?

Se você observar o grande aspecto de todas essas dinâmicas, que eu dei o nome de alto impacto, é que elas são totalmente voltadas para o lado metafórico circense da superação de desafios.

Uma grande ressalva é que todas essas práticas, para um indivíduo que está passando por isso dentro de um treinamento específico, para ele, é gratificante, é interessante, é aquele momento de euforia. É aquele velho momento de catarse dentro de um contexto de treinamento onde ele, motivado e inspirado, normalmente por uma música em alto e bom tom, vai fazer com que o indivíduo adote essa postura. Seja para quebrar madeira, andar na brasa ou entortar uma barra de ferro no pescoço.

Até aí tudo bem. O importante é ressaltar que o fato de você superar essas atividades circenses, que são nada mais nada menos do que calculadas (feita de maneira estratégica, ela vai funcionar perfeitamente para todos ali envolvidos), efetivamente, você não desenvolveu nada.

Foi uma metáfora que faz alusão à superação de um obstáculo, dentro de um ambiente controlado, que oferece o mínimo de risco possível para o participante. E aquilo ele vai levar como uma experiência momentânea de superação importante.

É a velha história do estímulo. Isso não é desenvolvimento. Não é por que você quebrou a madeira que vai desenvolver uma competência.

Não é por que você entortou uma barra de ferro no pescoço que agora vai ser um super coach.

Não é por que você andou sobre brasas que sabe, efetivamente, fazer um processo de Coaching, conduzir um processo de desenvolvimento ou conduzir um processo totalmente alinhado e competente dentro dos seus próprios aspectos pessoais.

Então, todas essas atividades circenses, eu repito, elas não têm nenhum efeito prático no que diz respeito ao desenvolvimento de competências para o indivíduo saber lidar com as suas coisas mais pessoais e até com a vida de terceiros.

É importante que a gente deixe isso claro, mas tem lá o seu valor se falarmos única e exclusivamente do processo metafórico, do ponto de vista de estímulo dentro de um contexto de ambiente controlado, para que aquilo aconteça. Nada mais do que isso.

Não existe nenhum outro ponto a ser comprovado em cima dessas atividades que acabei de citar. Nada que, efetivamente, vai fazer diferença e vai fazer com que o indivíduo faça algo diferente a partir dali na sua vida. Isso é fato.

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