Quando refletimos sobre desenvolvimento de carreira nos vem a cabeça o crescimento vertical, onde o sucesso profissional se dá quando são alcançadas as posições de maiores responsabilidades, desafios, remuneração, gestão de pessoas e liderança.


Com essa prática, muitos profissionais, bons tecnicamente, eram promovidos a Gerente, por exemplo, como forma de valorizar, reter, remunerar melhor, sendo que muitos não possuíam competências para a liderança. Resultado, a empresa perdia um excelente técnico e ganhava um péssimo líder.


Sendo assim, os profissionais com perfil técnico tinham sua carreira limitada e as empresas um problema de desenvolvimento de carreira para resolver.


Como permitir que esses profissionais com perfil técnico cresçam em suas carreiras e consigam assumir responsabilidades, desafios e melhor remuneração? Para esses profissionais, a opção das empresas passou a ser a carreira em Y.


A carreira em Y presume que o crescimento profissional ocorre até um determinado momento em que o profissional ou empresa tem que optar pela continuidade técnica ou gerencial, dividindo assim os profissionais entre gestores ou especialistas técnicos, mas sem diferenciá-los hierarquicamente e financeiramente.


Com o tempo, esse modelo de carreira passou a não atender a todas as necessidades e a distanciar os gestores e os especialistas. Havia a necessidade de profissionais mais generalistas, com uma visão sistêmica, capazes de transitar entre áreas técnicas e as áreas funcionais e administrativas.


Surge assim mais uma possibilidade para o desenvolvimento de carreira, a carreira em W, que permite uma maior flexibilidade na estrutura organizacional, incluindo uma movimentação tanto vertical como horizontal. Esse tipo de carreira junta as habilidades técnicas com habilidades de gestão, porém uma gestão de assuntos e não de pessoas.


Os profissionais adequados a ter essa evolução de carreira, são os profissionais que possuem bom conhecimento técnico, porém possuem um conhecimento sistêmico, capazes de realizar uma sinergia entre o conhecimento da sua área de atuação e as outras áreas da organização.


Em resumo, um profissional de finanças, por exemplo, precisa saber de finanças, mas entender como é a dinâmica das outras áreas e como o funcionamento delas impacta nas finanças e resultados da organização.


Além dessas características, os profissionais em carreira W precisam ser auto gerenciáveis e possuir habilidades administrativas, visto que estão sendo responsáveis por um projeto específico. Precisam ter também habilidades de liderança, tais como, habilidades para gerir os relacionamentos interpessoais, fornecer feedback e tomar decisões, nesse caso, não para desenvolver as pessoas, como um gestor de pessoas precisa, mas uma liderança que torne a equipe orientada para o alcance dos resultados esperados do projeto.


Independentemente do tipo de carreira adotada na empresa, essas opções permitem uma maior flexibilidade para o desenvolvimento e a remuneração do profissional, quebrando aquele paradigma de crescimento vertical, porém empresas mais complexas podem continuar tendo lacunas hierárquicas, sendo assim, uma mesma empresa pode adotar os três modelos apresentados, pode adaptar ou até mesmo desenvolver um novo modelo, com o objetivo, claro, de se reinventar e atender às suas necessidades e demandas hierárquicas, operacionais, financeiras e profissionais.




Informamos que esse texto é de inteira responsabilidade do autor identificado abaixo.