Escrito por Sulivan França - 17 de Fevereiro de 2014

As questões apontadas nesta seção são de particular importância para o coach profissional, mas elas também podem ser sugestões para o gerente de linha.

Quando o coachee fracassa

É muito difícil fazer o coaching numa situação “corretiva”. Uso o termo “corretiva” deliberadamente, porque muitas vezes é assim que as organizações – ou as pessoas que nelas trabalham – utilizam essa palavra quando um funcionário fracassa. As pessoas fracassam porque a organização o desamparou. Claro que não quero tirar a responsabilidade do indivíduo. Se ele fracassou, deve se responsabilizar por isso e reagir. Entretanto, em qualquer relacionamento, há sempre 100% de responsabilidade de ambos os lados. Sei que isso soma 200%.

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Há duas razões para termos cautela:

  1. A organização pode já ter rejeitado o coachee, mas não admitiu esse fato. Nesse caso, mesmo se o coaching for bem-sucedido, a organização poderá ser incapaz, ou não ter vontade, de readmitir o coachee.

  2. O coachee pode já ter rejeitado a organização e, novamente, não admitiu esse fato.
Com frequência tenho sido chamado por clientes para situações em que o coachee fracassou. O problema é que, muitas vezes, não foi dado feedback para o coachee a tempo – se é que isso ocorreu – ou o gerente de linha não foi capaz de conversar com ele, e tem dificuldade em conversar. Então eles contratam um coach executivo para resolver o caso.

A coisa mais útil a se fazer nessa situação é conseguir que o gerente ou o departamento de Recursos Humanos tenha uma conversa franca com o funcionário que “fracassou”, para que todas as partes possam identificar como estão as coisas. Depois disso, o coaching pode ser possível, mas gostaria que todos soubessem que um resultado possível do coaching é que o player decida sair da organização.  

Quem é o cliente?

Independe de você ser um coach executivo externo ou um gerente, quando faz o coaching, precisa ter com muita clareza quem é o cliente. Muitas pessoas, particularmente coaches externos com experiência profissional ligada à psicologia – em que a confidencialidade é tudo -, acreditam que o cliente é a pessoa que recebe o coaching. Pode até ser que o cliente e o coachee sejam a mesma pessoa, mas, na maioria das vezes, este não é o caso.

O cliente é a organização ou seu representante, a pessoa que paga a conta. E o cliente também tem direitos – o direito de dar sua opinião sobre os objetivos do coaching para que o coachee possa atingir resultados alinhados com as necessidades da organização. Esse problema pode ser resolvido em parte pelo uso da matriz de objetivos públicos/privados, em parte pela capacidade do coach de compreender as necessidades da organização e ainda pela integridade do coach e do coachee.

Myles Downey, em Coaching Eficaz, editora CENGAGE Learning, 3ª edição, 2010. 

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