Apesar de suas centenas de bilhões de neurônios e mais de 100 trilhões de conexões, o ser humano utiliza apenas uma pequena parte desse sofisticado e complexo sistema para a parte cognitiva.

A compreensão das maiores e mais avançadas descobertas da neurociência, nessa área, coloca luzes sobre como compreender e, principalmente, atuar de forma positiva na consecução de projetos de vida cujas áreas são influenciadas sobre esses estudos.

O presente artigo nem de longe tem a pretensão de esgotar ou aprofundar o assunto, mas sim de expor de maneira objetiva e de fácil compreensão algumas dessas importantes características da nossa mente.


Ela não sabe o que é certo ou errado

Nossa mente é um terreno fértil. Mas você só colhe dela o que plantar. Ela trabalha exclusivamente com as informações que você a municia.

Aí se firma um dos pilares da positividade!

Positividade não é simplesmente pensar positivo e assim conseguir tudo o que quiser, como preconizou um grande best-seller do início do século. É apenas uma parte (fundamental) do processo. Não exclui a necessidade de competências, planejamento, disciplina, foco...

Por outro lado, se você ingressar num novo projeto achando que não terá chances, sua mente o predisporá a isso.

Então, é bom tomar cuidado com a informação que você está fornecendo à sua mente, pois isto fará, com certeza, toda a diferença sobre a sua forma de compreender o mundo.


Ela acredita naquilo que ela quer você acredite

Se por exemplo, você desconfiar seriamente que seu namorado a está traindo, sua mente irá "encontrar" mais e mais evidências de que isso esteja ocorrendo, mesmo que isso seja absolutamente FALSO.

Importante citar que as "evidências" citadas acima não se mantém sobre um criterioso crivo analítico. Mas isso não importa: satisfaz a nossa necessidade de dar credibilidade àquilo que desconfiamos/acreditamos.

Atente que isso acontece muito, e em muitas áreas de nossas vidas! Ela tentará fazer com que você não mude.

Segundo Freud, a nossa psique trava, a todo momento, uma hercúlea luta para manter o nosso equilíbrio e a nossa sanidade mental, utilizando-se de várias estratégias para isso.

Essa tarefa torna-se muito mais fácil quando não ocorre mudanças significativas em nosso mundo e na nossa forma de agir, e as razões são de fácil compreensão: se tudo continuar como está, ela minimamente já antevê o que vai acontecer e sabe lidar com as prováveis situações que surgirão.

Então, quando você decidir dar rumos significativamente diferentes em sua vida, num primeiro momento sua mente se utilizará de várias estratégias para você desistir dessa ideia.

Coisas como "é arriscado", "fulano já tentou e fracassou", "e se não der certo?", e inúmeros outros argumentos surgirão a todo momento em sua cabeça te sugerindo que a melhor alternativa é deixar as coisas como estão, por piores que estejam.

É por isso que muita gente mergulha em zonas de conforto intermináveis, que nada têm de positivas, e ao invés de mudarem de vida, vão criando um jeitinho de se adaptarem a essa situação tão decadente.


Só gerará mudanças se houver desconforto

Se tudo estiver às mil maravilhas, não há justificativa para mudar. E mesmo assim, não há garantia da mudança. Vale retornar à ideia do tópico anterior: Ela (mente) tentará fazer com que você não mude.

Na maioria dos casos, os desconfortos serão contornados com pequenas adaptações para que você se acostume a eles.

Sua mente gerará motivação para a implantação de mudanças quando esse desconforto resultar em metas que sejam desafiadoras, atingíveis e com razoável noção de tempo para ser concretizada.


Ela tem uma tremenda capacidade de evolução

Você já deve ter ouvido falar de casos de acidentes onde alguém sofreu danos cerebrais graves que trouxeram, como consequência, comprometimentos na parte motora, e que, depois de algum tempo, esse comprometimento foi revertido.

Trata-se da famosa plasticidade da mente, um dos mais importantes e recentes avanços realizados pela neurociência.

A plasticidade neural ou neuro plasticidade, permite que neurônios se regenerem tanto anatomicamente quanto funcionalmente, formando novas conexões sinápticas, dando ao cérebro a capacidade de se recuperar e se reestruturar.

Quando se fala de processos cognitivos, a nossa mente, desde que devidamente estimulada, consegue reorganizar os conhecimentos existentes, dando margem a análises e compreensões que antes não existiam.

Já percebeu que quando começamos a nos aprofundar em algum conhecimento, temos a sensação de que quanto mais estudamos, mais percebemos o quanto existe para aprender? É a nossa mente se reestruturando para assimilar e acomodar os novos conteúdos, gerando condições para a ampliação dos mesmos.  O inverso também é verdadeiro: Quanto menos nos aprofundamos numa área ao qual temos razoável conhecimento, mais temos a sensação que "dominamos" o assunto.


Nossa mente está intimamente ligada à emoção

A inteligência humana está intimamente ligada à emoção, ou seja, o aspecto emocional interfere na nossa cognição: quanto mais um evento contenha emoção, mais a pessoa se lembrará dele e isso afeta na obtenção de conhecimento (de forma positiva ou negativa).

Isso ganha significativa importância no processo de Coaching na medida em que se associa o atingimento de metas a obtenção de satisfações emocionais, da mesma forma que a desconstrução de crenças limitantes passa muitas vezes pela identificação das emoções negativas a ela associadas.

Importante apontar, que o processo de Coaching não trabalha questões emocionais, e quando necessário justifica-se a necessidade de encaminhamento a um profissional da área.