Vamos falar a verdade. Você também já tentou mudar sua vida centenas de vezes e quando falhou, sentiu-se frustrado e voltou de novo à estaca zero. Você fez promessas a si mesmo, colocou toda a sua força de vontade tentando modificar um mau hábito, mas fracassou e logo se viu repetindo tudo de novo.
Quantas vésperas de ano novo foram marcadas pela última comilança, como já se você não soubesse que logo depois, antes do carnaval, iria retornar tudo como antes? Projetou planos grandiosos que mudariam sua vida, seus relacionamentos e sua condição financeira, porém, mesmo com toda sua dedicação eles permaneceram como objetivos distantes e inalcançáveis.
Talvez, depois de alguns fracassos você tenha chegado à conclusão que o problema era com você. Ainda que você tivesse coragem, força de vontade e motivação, após tantas tentativas, era preciso se conformar com a vida que tinha.
Mas se essa conclusão estivesse totalmente equivocada? E se o problema não fosse você?
Esses fatos, acompanhados destas reflexões, me acompanharam por muitos anos, até a minha juventude. Li dezenas de autores e incontáveis títulos de autoajuda, e, repetidas vezes assisti minha motivação aumentar rapidamente e desaparecer mais rápido ainda, sem provocar nenhuma mudança significativa no meu comportamento. Assisti todas as palestras motivacionais que pude, participei de workshops e até de uns retiros espirituais com gurus superdescolados, mas sempre com o mesmo resultado a médio e longo prazo: nenhum.
Confesso que eu já estava descrente de todos esses processos e metodologias voltados para a mudança de vida, até me deparar com um livro que tinha este título em português: Força de Vontade Não Funciona. Tratava se de um dos trabalhos mais recentes do psicólogo organizacional e um dos articulistas mais lidos da plataforma Medium, Benjamin Hardy.
Comprei o livro e imediatamente o li duas vezes seguidas sem parar. Não havia nenhuma solução mágica que fosse resolver todos os meus problemas, mas o autor havia conseguido explicar de maneira simples quais os fatores mais importantes que afetavam nossa tomada de decisão. E, principalmente, quais pequenas atitudes deveríamos tomar para construir um ambiente favorável para a durabilidade e consistência nas nossas mudanças de hábitos.
Benjamim Hardy fez um estudo aprofundado sobre este assunto, e nos explica como as rápidas mudanças, impostas ao novo modo de vida das pessoas a partir da revolução industrial, acabaram provocando um certo tipo de automação no cotidiano. A maioria é vítima dessas rápidas mudanças.
Despreparadas para viver em um mundo com novas regras, muitas delas sucumbem aos vícios, sobretudo em tecnologia. Há também aquelas que viciam em estimulantes como cafeína, alimentos de absorção rápida repletos de carboidratos e açúcares ou até mesmo em trabalho.
Segundo o autor, a chave para sair do modo de sobrevivência e superar os vícios não está em reunir mais força de vontade. Sua força de vontade acabou. Acabou no momento em que você acordou e foi sugado para o Smartphone. Acabou quando você foi bombardeado por mil opções e escolhas. Forçar o caminho em direção à mudança não funciona, nunca funcionou. Em vez disso, você precisa criar e controlar seu ambiente.
Existem atitudes simples que podem nos direcionar rumo a uma vida com muito mais felicidade e sucesso, para isso você precisa modificar o seu ambiente. Parar de frequentar lugares onde é permitido fumar ou almoçar sem o colega de trabalho que sempre te convida para uma sobremesa são algumas das dicas para situações específicas na vida de quem quer abandonar o cigarro ou melhorar a alimentação, por exemplo.
O mais importante é que, independente da mudança que você busca, existe sempre um caminho muito mais seguro para uma vida feliz e produtiva. Devemos investir em nós mesmos e aprimorarmos nosso ambiente e mentalidade. Se não criarmos e controlarmos nosso ambiente, ele nos criará e nos controlará.
Como Coach Profissional sempre tive a oportunidade de verificar a importância do ambiente como responsável no sucesso e fracasso dos projetos de mudança buscados pelos meus clientes.
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