Nem sempre o fato de inovar significa estar à frente, parece controverso mas vou explicar o que isso significa na prática. Atualmente, a velocidade das informações são exponenciais, o que hoje é considerado inovação, amanhã deixa de ser.


Um grande exemplo disso foi a Xerox Parc, considerada na década de 70 um dos locais mais inovadores do mundo, com laboratórios americanos voltados a pesquisas para criar novas tecnologias. Um jovem chamado Steve Jobs em 1979, foi convidado a visitar as instalações do Xerox Parc e foi apresentado a três novas tecnologias que estavam nascendo.


Segundo relatos, ele ficou tão impressionado com a primeira, que jamais conseguiu se lembrar quais foram as outras duas. Ele batizou a tecnologia de  GUI - Graphic User Interface (ou interface gráfica de usuário). A GUI que Jobs conheceu no Xerox Parc mudou a história da computação pessoal e foi o embrião de tudo que utilizamos até hoje nos nossos computadores, com janelas, belos gráficos e um mouse com ponteiro para clicar onde desejamos.


Quais benefícios a Xerox tirou disso? Nenhum! Apenas criou a tecnologia, mas não foi capaz de perceber suas conexões, implicações e potencial. Jobs desempenhou o papel do líder conector. Percebeu que isoladamente a GUI não era muito mais do que uma curiosa invenção. Mas que, conectada com a ideia do computador pessoal e a facilidade proporcionada no seu uso, ela poderia ser revolucionária.


Um outro exemplo de conexão bem interessante foi o da Sony, na década de 80, a explosão dos Walkman conectou as pessoas a música facilitando carregá-la para qualquer lugar. O dispositivo da Sony virou uma febre, um objeto de desejo, e, naquela época, pessoas eram atropeladas nas ruas por estarem entretidas com as músicas sendo tocadas pelos seus dispositivos portáteis (qualquer semelhança com o que acontece hoje, com pessoas com a cabeça na lua, entretidas com seus smartphones, não é mera coincidência...). No entanto, o que mudou de vez a história da indústria musical, foi a criação do MP3 e logo a seguir do iPod.


Quem era a companhia mais bem posicionada para tirar proveito desse momento? A Sony, é claro, que já possuía uma base gigantesca de usuário fiéis e satisfeitos. Quem foi que começou sua trajetória rumo ao posto de companhia mais valiosa do mundo nessa época? A Apple! Mais uma vez, o líder da empresa da maçã fez o que a Sony não foi capaz de fazer: percebeu o potencial de conexão entre a comodidade trazida pelo Walkman e a portabilidade criada pela música digital.


Steve Jobs sabia qual o seu principal papel, na Apple, ele não era o de CEO (Chief Executive Officer ou o Presidente), mas sim, o CIO (que não tem relação com o executivo de TI, como hoje, mas com o acrônimo Chief Integrator Officer ou o executivo responsável por realizar conexões).


O mundo está girando em velocidade exponencial, não basta o líder apenas apontar a direção, ele precisa desenvolver visão ampla e periférica, perceber as conexões que estão em torno do seu negócio, transformar ideias em produtos e serviços que sejam, de fato, transformadores e agreguem valor para seus clientes. 


Mostrar a direção é papel fundamental do líder, mas não é suficiente, é preciso fazer as pontes e as conexões necessárias para atingir o potencial de mercado. O líder conector se conecta com tudo o que há de informações no mundo corporativo e a partir da percepção cria novas oportunidades.

 



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