“Ser perfeito e à prova de bala são conceitos bastante sedutores, mas que não existem na realidade humana. Devemos respirar fundo e entrar na arena, qualquer que seja ela: um novo relacionamento, um encontro importante, uma conversa difícil em família ou uma contribuição criativa. Em vez de nos sentarmos à beira do caminho e vivermos de julgamentos e críticas, nós devemos ousar aparecer e deixar que nos vejam. Isso é vulnerabilidade. Isso é a coragem de ser imperfeito. Isso é viver com ousadia.” 

Comecei o texto de hoje citando Brené Brown, escritora do livro “A Coragem de ser imperfeito”. Dentre outros temas, ela nos convida a deixar nossa vulnerabilidade aparente, sendo ousado e com coragem de agir agora.

Isso parece estranho, pois em nossa cultura todos devem ser perfeitos e isso pode limitar nosso poder de ação, vivendo uma crença que nos impede de agir. Quem nunca ouviu que “o bom é inimigo do ótimo”?

Não estou dizendo para sair fazendo qualquer coisa, mal feito, mas se tivermos um bom planejamento e as ferramentas mínimas para iniciar, por que ficamos esperando o dia perfeito para realizar? Vou dar um exemplo meu.

Eu nunca tinha corrido depois de crescido, fui sedentário durante grande parte da minha fase adulta. Há uns 3 anos, após meu processo de coaching, decidi que iria começar a correr porque precisava ter mais saúde, produtividade, energia e vida. 

Não tenho o sonho de correr uma maratona, mas conquistar 5 quilômetros correndo era um desafio e tanto. Então, fui me preparar: comprar o tênis adequado, ler sobre corrida, passar pelo cardiologista, mas e a corrida? Fui correr e não consegui, obviamente. Decidi que iria emagrecer pela alimentação e depois começar a correr. Eu estava esperando a preparação perfeita, procrastinando tudo.

Até que um dia decidi começar a caminhar, e com o tempo a respiração foi melhorando, meu jeito desengonçado foi se ajeitando. Nas semanas seguintes corri 3 quilômetros direto e foi o maior orgulho. Até que encontrei um amigo que me levou para correr meus primeiros 5 quilômetros, mas eu não sabia disso. E durante os 3 primeiros quilômetros eu fui bem e decidi ir andando, até que ele me deu um tapa nas costas e disse que mesmo que eu fosse mais lento eu deveria chegar aos 5 quilômetros, pois o que estava me bloqueando era a mente. E assim cheguei na minha meta.

De fato, olhando para trás, hoje eu tiro 2 grandes lições: A primeira é que o progresso é melhor do que ser perfeito. Eu nunca iria correr 5 quilômetros sem começar a caminhar. A partir do momento que você começa seu compromisso é com a melhoria contínua que o alcança, mas para isso você precisa ter planejamento e uma meta definida, que te fará persistir e manter o seu foco. A outra grande lição é que mais importante que a velocidade é a direção, mesmo que durante o percurso você precise diminuir o ritmo, reduza, mas não desista.

Agora pense essa situação no seu trabalho, nos seus objetivos pessoais. O que você tem deixado para depois, pois ainda não está perfeito? O que você ainda não começou por não estar como você queria? Talvez um jantar romântico em casa seja melhor que a promessa daquele jantar que nunca acontece no melhor restaurante da cidade. Ou iniciar seu projeto pessoal com apenas uma hora por noite seja melhor que esperar ter tempo para fazê-lo de uma vez.

Não sei o que você está precisando nesse momento, mas lembre-se que a felicidade está no agora e não no futuro.



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