As relações humanas estão impregnadas de subjetividade, e por isso deve ser considerada pelos gestores de pessoas em suas ações e planejamento. As relações subjetivas se agravam pela comunicação ineficiente dentro das organizações. Temas evitados e mensagens não muito claras permitem a livre interpretação pelos colaboradores, gerando boatos e, em alguns casos, pânico.

Muitas vezes esta comunicação permite que o colaborador entenda como uma promessa algo que não estava nos planos da empresa, aumentando as expectativas do empregado em relação ao empregador, o que altera a percepção de satisfação, seja material ou psicológica, em relação ao trabalho. Porém, o mesmo pode ocorrer em relação à expectativa criada pela organização em relação ao empregado.

A relação de emprego não se esgota nos termos especificados no contrato de trabalho escrito. Normalmente vai muito mais além, envolvendo vários tipos de percepções, expectativas e crenças com relação às condições de emprego estabelecidas. 

O contrato psicológico é formado por um conjunto de crenças individuais e construído pela percepção de que foi feita uma promessa, criando uma expectativa de um intercâmbio recíproco entre as partes, que inclui benefícios e obrigações. 

A ruptura do contrato psicológico ocorre quando surge a percepção de uma das partes de que a outra não cumpriu suas promessas e obrigações. O fenômeno pode ser percebido pela vítima de várias formas, desde um mal-entendido que pode ser sanado até uma ação deliberada por falta de caráter.

A percepção da ruptura do contrato psicológico tem como consequência a insatisfação no trabalho e a redução da motivação, do compromisso com a organização, da confiança e da percepção de justiça nas interações com a organização.

O contrato psicológico ou relacional possui como foco a relação socioemocional, inclui a pessoa como um todo e não um aspecto do negócio e é constituído por ambiguidade e aspectos implícitos.

A confiança, que é quebrada na percepção de ruptura do contrato, é uma expectativa ligada a eventos interpessoais que impactam decisões e resulta em uma determinada conduta dos envolvidos. 

O fim da confiança gera a percepção de traição, o que para muitos justifica um comportamento antiético como resposta. O indivíduo tende a criar justificativas para seu comportamento atual com base no rompimento de um contrato não formal.
 


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