O processo de coaching ensinado nas formações internacionais da SLAC® Coaching traz um diferencial e, ao mesmo tempo, um enorme desafio: trazer o potencial do coachee à superfície, sem influenciar suas decisões e tendo como principal pilar a confiança mútua.

O coach precisa utilizar uma abordagem flexível, que esteja adaptada à realidade do cliente, permitindo assim, realizar sessões produtivas das quais são caracterizadas por um plano de ação específico e pelo autoconhecimento do coachee.

Os famosos momentos "A-ha!" são bons indicadores de que a pessoa está visualizando soluções e melhorias que a aproximam da meta.

Dado que esta não é uma tarefa trivial, torna-se interessante conhecer estratégias que contribuam para a eficácia do coaching. Diante disso, são apresentados a seguir 3 elementos essenciais para realizar uma sessão produtiva.

1. Obter uma ação específica a partir de uma ideia genérica


Os níveis neurológicos de Dilts nos ensinam que os processos neurais estão organizados em diferentes níveis e fazem parte de uma hierarquia. Os níveis funcionam da seguinte maneira:

- O papel desempenhado por uma pessoa mostra sua identidade no mundo e seleciona

- O conjunto de crenças e valores que a norteiam, os quais por sua vez determinam

- Seu conjunto de competências, isto é, as estratégias mentais que guiam

- Um conjunto de comportamentos específicos para

- Diferentes ambientes, de acordo com o contexto, restrições e oportunidades

Assim, é provável que ao perguntar o que o coachee precisa para chegar na meta, a resposta seja genérica e, portanto, esteja em um nível superior ao do comportamento (ação). Por exemplo, suponha que a meta seja "eliminar comportamentos agressivos em momentos de estresse". O coachee pode responder que para isso precisa ser mais paciente.

Ser paciente não é uma ação, mas sim uma competência, logo, a resposta está em um nível neurológico superior. Uma mudança em um nível superior pode gerar transformações em todos os níveis abaixo dele. Então, uma resposta genérica é uma ótima oportunidade.

Se a pessoa está consciente e demonstra disposição para mudanças em um nível como o das competências ou de crenças e valores, o coach pode aproveitar estes pensamentos genéricos para descer até o nível de comportamentos específicos.

No caso comentado, as perguntas poderiam explorar, por exemplo, que ações seriam realizadas pela versão "paciente" do coachee ou ainda o que um amigo paciente faria. E quando temos ações específicas, temos um plano de ação, o requisito básico de uma sessão produtiva.

2. Respeitar os limites do coachee


Parece óbvio, mas na hora de fazer a sessão, alguns detalhes podem passar despercebidos. Ao ultrapassar os limites do coachee, torna-se muito mais difícil ganhar sua confiança. E sem confiança, não há como prosseguir com o coaching.

É ideal que o coach se mantenha atento às competências e também às crenças e valores visíveis do coachee, pois estes nem sempre serão compatíveis com o formato de sessão que aprendemos.

Por exemplo, as ferramentas normalmente exigem um momento de escrita. No entanto, a pessoa pode ter pouca leitura ou não gostar de escrever. Dessa maneira, propor uma atividade que deixe o coachee desconfortável, pode bloquear a comunicação, diminuir a motivação do cliente e torná-lo mais fechado.

Numa situação como esta, o coach pode ler para o cliente e fazer as anotações necessárias, a fim de não perder informações importantes. Outro detalhe comum são os termos do coaching, que podem assustar pessoas que não possuem familiaridade com a área. Então no lugar de dizer que irá usar os níveis neurológicos de Dilts, o coach pode simplesmente fazer as perguntas sem citar a ferramenta.

3. Usar apenas as ferramentas que fazem sentido para o coachee


Como todo aprendiz entusiasmado, o coach anseia por usar as ferramentas que estudou na formação. Porém, é necessário lembrar que a sessão não é para treinar o uso das ferramentas e sim para ajudar o coachee a alcançar sua meta. Considerando que há grandes chances de o cliente ter uma realidade bem diferente da do coach, nem toda ferramenta fará sentido. 

Como consequência, é possível que algo muito mais simples como a roda da vida, seja suficiente para fazer o coachee descobrir ou prosseguir em sua meta. Além disso, existe um outro ponto a ser lembrado. As ferramentas podem ajudar a maximizar resultados e acelerar o processo de autoconhecimento, mas seu uso não é fundamental.

A essência do coaching está na estrutura do diálogo. Seguindo as 7 etapas (estado atual, meta, realidade, opções, o que fazer, revisão e plano de ação), o processo de coaching está bem estruturado. E manter um processo eficaz para a realidade do coachee é sim, uma prioridade.

E vocês colegas coaches, que elementos consideram essenciais para uma sessão produtiva?

 

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