Fiquei realmente impressionado com um vídeo – disponível no YouTube – que retrata uma das pesquisas do professor Frans de Waal. No teste, havia dois macacos-prego. Para ganhar o alimento, eles tinham que dar uma pedrinha para a pesquisadora.

Enquanto um ganhava um pedacinho de pepino, o outro recebia uma uva. A questão é que esses animais preferem a fruta ao legume. Então, o objetivo era identificar como os bichos reagiriam ao serem pagos de maneira desigual. A conclusão foi hilária e cheia de significado.

O macaquinho pago com o pepino viu que o “colega” recebeu uva e simplesmente enlouqueceu. Jogou o legume na pesquisadora, tentou alcançar a fruta por meio de um dos buraquinhos, arriscou sair daquele ambiente de alguma forma. Impactante!

O mais interessante foi identificar que, em dado momento, o macaco “injustiçado” tentou perceber se havia algo de errado. Primeiro, entregou a pedra mais rápido. Depois, deu uma batidinha para se certificar de que estava tudo certo com o objeto.

No caso dele, fazer essa análise não adiantou nada. A pesquisadora iria continuar de qualquer maneira. No mercado de trabalho, no entanto, é recomendável verificar se tem algum problema com a nossa pedra ou com a forma como a entregamos.

Afinal, é fácil apontar injustiças sem fazer a nossa parte. Por outro lado, as empresas devem identificar se estão a entregar pepinos para funcionários que merecem uva faz tempo. Só quem tem que contratar sabe como o mundo está escasso de bons profissionais.

Neste contexto, portanto, reter talentos é primordial. Ram Charan, no livro “O líder criador de líderes”, traz o interessante exemplo da Colgate: “Caso o pior aconteça e um alto potencial global decidir sair da empresa, um plano de retenção de emergência é acionado”.

O autor prossegue: “O programa de crescimento de longo prazo para cada gerente sênior inclui a meta de reter 90% dos altos potenciais da empresa. Se eles não conseguirem atingir essa meta, perdem parte da remuneração”. Isso é que é levar talentos a sério.

Mais um trecho importante: “Quando um alto potencial em qualquer lugar do mundo submete uma carta de demissão, o CEO, o COO e o líder global de RH são alertados dentro de 24 horas e lançam esforços para descobrir por que essa pessoa quer deixar a empresa”.

Depois de encontrar o motivo, a Colgate identifica o que pode ser feito para que a pessoa mude de ideia. Lá, o trabalho de retenção é constante. O plano de emergência é algo a mais. Fico triste é com companhias que se desesperam apenas quando se tocam que vão perder.


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