Ao falar sobre evasão universitária aponto números legítimos da realidade brasileira, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Em 2014 a taxa de alunos que abandonaram o curso superior para o qual foram admitidos foi de 49%, um índice quatro vezes maior se comparado ao ano de 2010, em que 11,4% desistiram de seus estudos. 

Avaliando este cenário, podemos citar várias causas, sendo a mais comum a dificuldade financeira para pagar as mensalidades ou até mesmo para que o aluno se mantenha, quando o mesmo além de estudar precisa contribuir com suas despesas de moradia, alimentação e outras contas. 

No entanto, os desafios não se limitam apenas à falta de recursos financeiros, outros dilemas como ineficiência em administrar o próprio tempo, dúvidas sobre o propósito de vida, falta de interesse e planejamento profissional pode gerar baixo desempenho escolar e levar ao abandono do curso escolhido.

Acredito que o processo de coaching para vestibulandos é um autoconhecimento que deve ser incentivado muito antes da decisão da profissão para até mesmo reduzir os riscos de escolhas guiadas por pressões familiares, influência da mídia ou facilidade de acesso ao curso. 

Como tenho observado, durante os processos que tenho com jovens entre 15 e 18 anos, estes são os fatores que influenciam fortemente a decisão sobre qual profissão seguir. Pensando em apoiar alunos com dificuldades em concluir o curso universitário e considerando que o fator financeiro não seja a única razão de uma possível desistência, este processo de coaching traz o suporte significado para aumentar o comprometimento e melhorar o desempenho dos estudantes. 

Utiliza-se então uma abordagem que incentiva o foco, a resiliência e a autoconfiança para que esses jovens possam lidar com as dificuldades e situações desafiadoras que a vida acadêmica proporciona.
 
São três os pilares que sustentam a mudança comportamental necessária para alavancar a motivação do aluno, e são eles: 

No primeiro pilar, que é o engajamento, através de uma escuta atenta, buscamos entender as verdadeiras razões do aluno não performar de maneira eficiente. Parafraseia-se e clarifica-se os argumentos para que o mesmo observe os motivos da falta de motivação e se comprometa com as mudanças necessárias para elevar seu nível de satisfação com o mundo universitário.

No próximo pilar, o planejamento, o coach e o coachee dedicam tempo e energia para garantir a conclusão do curso com sucesso. Nesse momento, é pensado estrategicamente em quais ações imediatas são essenciais para a realização da meta.

O monitoramento, terceiro e último pilar, diz respeito ao comprometimento e parceria entre o coach e o coachee, o que ocorre através de acompanhamento dos resultados obtidos ao longo do curso. E é nesse momento que surge a oportunidade de alinhar metas e ações, repensar fatores motivacionais e concentrar no que realmente importa.

Minha missão como Professional Coach é contribuir para um mundo com pessoas mais satisfeitas com as próprias escolhas, e esse foi o principal motivo que despertou meu interesse no assunto evasão nas universidades. Sei o quanto pode ser frustrante e desmotivador desistir de um curso de graduação, e entendo que devemos ser persistentes e esgotar todas as possibilidades antes de desistir. 

O sonho de ter uma formação acadêmica faz parte de grande parte de nós e como coach acredito que sonhos quando transformados em objetivos possuem muito mais chances de serem realizados.

Neste sentido, utilizar da metodologia coaching para aumentar o comprometimento e melhorar o desempenho em cursos universitários me parece uma grande oportunidade de contribuição social, desenvolvimento pessoal e senso de realização para o coach. Enquanto que para o coachee trata-se da possibilidade de ampliar significativamente sua performance acadêmica e garantir a conclusão do curso com êxito.



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