Sábado, agosto de 2016, uma partida de basquete me deu um exemplo sobre algo que tenho dedicado meus momentos de leitura: a influência da inteligência emocional na liderança.

Acompanhei a partida pela TV e o jogo foi bom, muito disputado. O time A (chamemos assim) estava na frente, o time B (rival) empatou e reverteu o placar e, aproximadamente aos 3 segundos do fim, numa cesta de três pontos, os A's empataram o jogo levando a decisão para prorrogação.

O que posteriormente despertou minha atenção, aconteceu minutos antes desta cesta salvadora.

Não lembro se foi um dos técnicos que pediu tempo, mas lembro da expressão do treinador do time A enquanto sua equipe ainda estava atrás no placar - seu semblante compenetrado foi um sinal que inicialmente me passou despercebido e que depois fez todo sentido. Nesta hora, com o time B vencendo a partida, os jogadores demonstravam certa preocupação e notável determinação em reverter a situação.

Já na prorrogação, quando o placar da partida era diferente, o time B parecia um pouco eufórico e com aparente dificuldade em manter a calma. Após a partida, refletindo sobre o que vi, lembrei do técnico dos B's andando em frente ao banco dos jogadores com uma expressão preocupada (o que é compreensível) e que me deu a impressão de que não sabia muito bem o que fazer.

No final, após dois tempos de prorrogação acirrada, os A's abriram vantagem e venceram o jogo.

O que chamou minha atenção foi como o comportamento das lideranças (os técnicos), de fora da quadra, parece ter influenciado o comportamento das equipes dentro da quadra, e, consequentemente, seu desempenho e resultado.

No momento de dificuldade, enquanto o time B estava na frente, o técnico do time A demonstrou controle sobre suas emoções e, acredito, que por isso conseguiu: ter uma visão mais clara do que estava acontecendo na partida, definir melhor sua estratégia - aproveitando as forças existentes na equipe, e passar para os jogadores a segurança e confiança de que precisavam. Já o técnico do time B, ao que me aparentou, não obteve o mesmo desempenho no controle das próprias emoções. O que pode ter inúmeras razões e fatores, mas que também pode ter comprometido seu desempenho como o líder da equipe.

O autocontrole é o componente da inteligência emocional que faz com que uma pessoa não seja "refém" dos próprios sentimentos. Segundo Daniel Goleman, este "atributo" é importante para os líderes pois uma pessoa que está no controle de seus sentimentos e impulsos é mais capaz de criar um ambiente de confiança e equidade, e de acompanhar as mudanças. Além disso, o autocontrole aumenta a integridade (que, como diz o autor, não é apenas uma virtude pessoal mas uma força do grupo/organização) e tem um efeito multiplicador.

Os sinais do autocontrole emocional não são difíceis de serem percebidos. A pessoa que o tem normalmente apresenta:
propensão pela reflexão e ponderação;
adaptação à ambiguidade e mudança;
integridade - uma capacidade de dizer não aos impulsos.

Não estou dizendo que o técnico do time B não tenha autocontrole ou qualquer uma das características descritas no texto, nem estou criticando seu desempenho. Ressalto, esta é uma análise não exauriente de um telespectador que, por afinidade com o tema liderança, associou um conceito da inteligência emocional com o que percebeu pela transmissão da rede de televisão.

A ideia é que, através deste exemplo, você possa refletir sobre como está o seu autocontrole e qual mensagem você tem transmitido através do seu comportamento.

E aí, como tem sido?



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