Quando alguém fala em autoconhecimento, no que você pensa? Para muitas pessoas, a primeira coisa que vem à mente é algo como retiro espiritual, guru indiano, meditação, yoga, tai chi, livro de autoajuda, ou terapia.
Esses são de fato alguns caminhos viáveis para alguém se conhecer melhor, mas percebe-se que o tema muitas vezes é visto de forma deturpada ou até debochada, como se 'esse tal de autoconhecimento' fosse apenas para pessoas com inclinações mais místicas ou gente com problemas emocionais.
Há algum tempo atrás, eu estava conversando com um executivo que se disse "meio cético com essa coisa de autoconhecimento" (nas palavras dele). Depois que perguntei um pouco mais a fundo, ele admitiu que acreditava que autoconhecimento era algo para pessoas com baixa autoestima e problemas psicológicos.
Transforme sonhos em realidade
Essa crença – infelizmente muito comum – provavelmente advém do fato de que muitos livros de autoajuda e praticamente todas as linhas terapêuticas trabalham o autoconhecimento de alguma forma. Porém, temos que nos policiar para não tomar o todo pela parte, pois isso leva a generalizações e julgamentos preconceituosos, que não passam de uma simplificação perniciosa e deselegante da realidade.
Outra coisa extremamente questionável é a associação que muitas pessoas fazem do autoconhecimento com "misticismo" (na falta de uma palavra mais adequada). Isso provavelmente se deve ao fato de que muitas das práticas mais conhecidas de autoconhecimento partiram de tradições como yoga, tai chi, budismo, taoísmo, etc.
Temos que levar em consideração que os praticantes dessas tradições vêm estudando o autoconhecimento há literalmente mais de mil anos, enquanto a ciência começou a estudar formalmente esse tema há pouco mais de um século. Entretanto, mesmo com tão pouco tempo de pesquisa, a ciência vem cada vez mais comprovando os benefícios práticos e neurológicos de várias técnicas utilizadas por essas tradições.
Havendo comprovação científica, seria sábio continuar enxergando autoconhecimento como algo "místico"? Provavelmente não, mas infelizmente esse tipo de pensamento desinformado ainda é um tanto comum.
A verdade é que autoconhecimento é algo muito mais amplo e que traz benefícios para qualquer pessoa.
Vamos pensar, por exemplo, no mundo corporativo. Uma das competências mais requisitadas atualmente dos executivos de alta performance é a Inteligência Emocional. Analisando os quatro pilares da Inteligência Emocional propostos pelo autor Daniel Goleman – considerado um dos maiores especialistas do mundo no assunto – é fácil observar que o autoconhecimento permeia todos eles.
De forma mais ampla, podem ser citados como benefícios do autoconhecimento: 
-entender as suas reações emocionais e ter mais autocontrole; 
-relacionar-se melhor com as pessoas; 
-tomar consciência dos seus valores e respeitar mais a si mesmo; 
-maior capacidade de se manter motivado e focado nos seus objetivos; 
-fazer escolhas profissionais e pessoais mais alinhadas com o seu propósito e valores.
Quanto a outras formas de buscar o autoconhecimento, pode-se citar o life coaching, bem como treinamentos de inteligência emocional, autoliderança e livros relacionados a estes assuntos.
E agora, faz mais sentido?



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