A ex-presidente da HP Carly Fiorina costuma dizer que todos nós temos medo. Para ela, a diferença entre quem tem sucesso e quem não tem é a capacidade de superar esse sentimento. A executiva explica que a coragem não é deixar tê-lo. É agir apesar dele.


Roberto Shinyashiki, palestrante e escritor, trabalha a mesma questão sob outro ângulo. Ele informa que nosso cérebro é feito para ver perigos e não oportunidades. Isso porque o órgão precisa nos manter vivos. Para termos sucesso, precisamos enfrentar esses riscos.

Lembre-se das maiores realizações da sua vida. Uma apresentação para a Diretoria da empresa em que você trabalha, o seu casamento. Em todas essas situações, havia ameaças. Porém, só deu certo porque houve a decisão de passar por cima delas, encará-las de frente.

Para Carly Fiorina, um dos maiores medos que temos é o de mudar. Se quiser causar pânico em uma companhia, informe que uma mudança será feita. A executiva esclarece que isso ocorre porque as pessoas têm uma tendência de manter o status.

A realidade que ela mostra é que, mesmo que o colaborador não esteja tão satisfeito com o estado atual do trabalho, a preferência é para que não haja nenhuma alteração. Uma situação realmente curiosa. O que fazer então para conduzir uma empresa a novos rumos?

Fiorina acredita que é preciso apresentar aos funcionários uma visão de futuro que valha a pena. Implantar um sistema novo, por exemplo, causa transtornos. No entanto, dali a alguns meses, todos vão sentir o quão positivo foi optar por essa alteração.

Trata-se de uma questão de convencimento. Acabou a era em que um mandava e o outro obedecia. O grande líder sabe que tem que convencer as pessoas a adotar um novo modo de agir. Para isso, é preciso envolvê-las no projeto e mostrar que está junto.

Uma das ferramentas para colocar isso em prática é o coaching. Um gestor pode começar a fazer isso ao optar por perguntar em vez de fazer imposições. Por exemplo: “Zezinho, a empresa precisa que este relatório seja enviado semanalmente. Qual é a melhor forma?”.

Repare que, neste caso, o líder pediu o que precisava pedir, mas perguntou a metodologia ao colaborador. O melhor dessa abordagem é que o nosso personagem, o Zezinho, vai entrar num compromisso com ele mesmo. Isso porque foi quem informou a maneira como iria ser feito.

Por mais que uma metodologia maravilhosa esteja na ponta da língua do gestor, com muita frequência é importante se segurar e conduzir a conversa a um entendimento por meio de perguntas. É um pouco melhor do que dizer: “Faz isso, desse jeito, agora mesmo! Anda!”.



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