Escrevi várias vezes que gosto de encarar a ansiedade como um recado de Deus, uma mensagem para mudarmos algo em nossas vidas, para agirmos. Muitos não conseguem identificar o que está nas entrelinhas e descontam em hábitos que fazem mal à saúde.

O que disse não é algo científico. É só uma maneira poética de interpretar a vida. Lembrei-me deste meu conceito ao ter um insight para o presente texto. Tive a ideia de abordar a frase "Deus escreve certo por linhas tortas". Faz todo o sentido.

Antes de chegar ao ponto, quero compartilhar uma conversa interessante que tive. Certa vez, mencionei a sentença. Minha interlocutora, com medo de "criticar" Deus, fez uma correção imediata: "Deus escreve certo por linhas certas!".

As linhas tortas de Deus são os tropeços que temos no meio do caminho até encontrar um ambiente com prosperidade. Só que elas não representam, necessariamente, uma falha. Para mim, trata-se de uma oportunidade para o ser humano mostrar todo o potencial que tem.

Se não fossem as linhas tortas, as histórias de superação que nos emocionam jamais existiriam. É preciso valorizar isso. Quando o potencial do ser humano se manifesta, aparece a importância da vida, o milagre que ela é. Isso nos inspira. Preenche.

Uma frase que vi na Internet me fez dar risada dia desses. Alguém publicou, mais ou menos, o seguinte: "Tudo bem que nasci para ser um batalhador, mas Deus deve ter me confundido com o Rambo!". Caí na gargalhada. É fácil se identificar com esses dizeres.

Quando já viramos uma mistura de Rambo com Transformers e ainda estamos na batalha, precisamos nos lembrar que as linhas tortas servem para mostrar todo o nosso potencial. Força é só uma parte da equação. Atingir metas consistentes requer uma série de fatores.

Assim como meu conceito sobre ansiedade não é nada científico, não sou nenhum líder religioso. Então, minha intenção não é dar uma interpretação única e definitiva sobre as linhas tortas. Trata-se apenas de (mais) uma forma de ver a vida. Amo fazer esses paralelos.

Eu sei que já virou lugar-comum dizer isso, mas é duro falar de potencial do ser humano sem citar as Paraolimpíadas. Quando temos dúvida do que somos capazes e do quão milagroso é viver, basta assistir a esportes como o vôlei sentado.

Que soco no estômago, hein? Com relativa frequência, sou chamado de iludido ou sonhador. Sinceramente, não me importo. Jamais vou deixar de me encantar com coisas simples, como encher os pulmões de oxigênio ou saborear um delicioso café.




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