É importante ter clareza de quem pode ajudar ou atrapalhar sua jornada. Para quem pode ajudar, como fazer para que te ajudem efetivamente? E para quem pode te atrapalhar, como fazer para que não te atrapalhem?

Você precisa de pessoas boas e com qualidades que possam agregar às suas metas. É importante você ter clareza de que nunca dominará tudo. Nunca será especialista em tudo, e acredito que nem queira isso.

Além de focar no desenvolvimento de seus pontos fracos, que podem e devem ser trabalhados, é importante que você dê mais ênfase aos seus pontos fortes.Para isso, você pode se juntar a pessoas agregadoras aos seus pontos fortes, de maneira que completem suas próprias habilidades. 

Se temos habilidades diferentes que se complementam, não precisamos nos preocupar tanto quanto costumamos com nossos pontos fracos, pois os pontos fortes dos outros irão nos apoiar nestes quesitos complementando nossas habilidades, assim como as nossas complementarão as dos outros. Isso otimizará muito seus resultados.

Não estou dizendo para não trabalhar seus pontos fracos, nem para não prestar atenção às ameaças, mas sim para reforçar ainda mais seus pontos fortes, aproveitar as oportunidades e se associar a pessoas cujos pontos fortes completam os seus pontos fracos e ameaças.

Imagine uma lesão física,como, por exemplo, um tornozelo ou joelho torcido. Faz mais sentido insistir no fortalecimento daquele local lesionado ou fortalecer outras musculaturas que lhe darão suporte? É isso que eu quero dizer.

Além de complementar pontos fracos, é fato que pessoas de culturas e países diferentes pensam diferente. O mesmo vale para religiões ou classes sociais. Duas pessoas podem ver a mesma coisa e chegar a conclusões diferentes. E essas múltiplas perspectivas podem trazer muitos ganhos a todas as partes.

"Ah, mas eu não conheço ninguém que possa me ajudar?"  Você sempre pode fazer sozinho.

Esse foi o caso de David Eric Grohl, músico e compositor norte-americano, fundador, vocalista e guitarrista da banda Foo Fighters e ex-baterista das bandas Nirvana. Em 1994, após a morte de Kurt Cobain e o fim da banda Nirvana, David se juntou a Tom Petty & The Heartbreakers para uma série de apresentações, as quais foi convidado para assumir as baquetas.

David inicialmente aceitou o convite, mas depois apresentou para Tom Petty algumas músicas que tinha composto desde os tempos do Nirvana. O próprio Tom Petty admitiu que ele tinha um belo futuro pela frente liderando uma banda própria.

A partir de então, David se juntou com seu amigo Barret Jones e gravou algumas músicas que mais tarde dariam origem ao primeiro CD do Foo Fighters. Ele gravou todos os instrumentos, fez cem cópias da fita e mandou para amigos.

Em pouco tempo, várias gravadoras se interessaram, David assumiu os microfones e formou o Foo Fighters junto a outros músicos talentosos.Ou seja, é possível fazer tudo sozinho, como fez David no começo (embora depois tenha se juntado à muitos amigos talentosos).

Dá muito mais trabalho, o resultado nem sempre é o esperado, além de demorar muito mais e, em alguns casos, pode não resultar em nada. Entretanto, se quiser encontrar alguém que possa lhe ajudar, talvez eu possa lhe dar um insight. Já ouviu a expressão "seis graus de separação" ? Se já ouviu, pode agradecer a Stanley Milgram, psicólogo estadunidense, por isso.

Experimento do Mundo Pequeno 

Na década de 1950, o cientista político Ithiel de Sola Pool e o matemático e PHD em física Manfred Kochen propuseram algumas questões: qual seria a probabilidade de dois estranhos completos terem um amigo em comum? E se não houvesse um amigo em comum? Qual seria o tamanho da cadeia de conhecidos para um chegar até o outro?

Posteriormente, Stanley Milgram conduziu um experimento conhecido como "Experimento do Mundo Pequeno", em um esforço para responder a essas questões. Ele deu 300 cartas com instruções para pessoas das cidades de Omaha, Nebraska, Wichita e Kansas, e estabeleceu um alvo em Boston - Massachusetts.

As 300 pessoas foram orientadas a postar a carta no correio para um amigo que acreditavam estar mais perto do alvo (com o qual tivessem intimidade para chamar pelo primeiro nome, o que é considerado intimidade nos Estado Unidos) e esse amigo recebia as mesmas instruções, criando uma cadeia.

Milgram recebia um postal a cada postagem no correio e registrava a relação entre remetente e destinatário. Milgram descobriu que em quase todos os casos as cadeias tinham aproximadamente 5 ou 6 elos que conectavam quaisquer 2 pessoas.

Milgram trouxe uma grande descoberta para a humanidade de uma forma que muitos nunca tinham visto antes. Seu experimento conseguiu mostrar a interconectividade e a proximidade que as pessoas compartilham.

Isso mostra que, independentemente de quem possa ajudar você, ainda que você não conheça essa pessoa, ela pode ser encontrada e contatada sem muita dificuldade. Ainda mais nos dias atuais.

A oportunidade no desconhecido 

Tanya Menon, professora, palestrante, escritora e consultora estadunidense, em seu Ted Talk diz que o segredo para as grandes oportunidades é justamente a pessoa que você ainda não conheceu. Se pararmos para pensar, cada nova ideia e pessoa é uma porta para um mundo novo, com novas possibilidades. 

Uma única provocação pode fazer com que você entre em reflexões profundas, considere opções que nunca havia pensado antes e tome ações que jamais imaginou que fossem necessárias para que a sua meta fosse possível.

Se você observar, verá que seus hábitos são muito parecidos com os de seus amigos mais próximos. O mesmo vale para os amigos mais próximos deles também (além de você é claro). Ter hábitos e cumprir rotinas é eficiente porque você acaba tendo domínio de suas ações, além de boa organização. No entanto, a rotina pode te levar sempre aos mesmos resultados.

Faça uma experiência: mapeie seus passos e atitudes diariamente, por uma semana, e verá que sempre faz as mesmas coisas, gerando dificuldades de encontrar o novo, de conhecer pessoas novas e de ter ideias novas. 

Precisamos fazer coisas diferentes para poder conhecer outras pessoas e aprender coisas novas. Permita-se ser ineficiente às vezes, faça coisas diferentes, force-se a ir a lugares diferentes e a falar com pessoas que normalmente não falaria.

Vá a centros sociais (como cafeterias, locais públicos, eventos, etc.), pois não há como prever quem você vai encontrar nesses lugares, além de favorecer a ineficiência e a possibilidade de expor-se a algo realmente novo.

Pense também o seguinte: com quem você aprende? Com seus pais? Professores? Patrões? Amigos? Se for o caso, o limite do seu aprendizado será o mesmo limite deles. Aprenda a aprender sozinho e seu limite será você. Não se limite a locais e ciclos sociais que já conhece.

Exponha-se a estímulos constantes, assim seu limite de insights e aprendizado aumentará exponencialmente. Aprendendo a aprender, irá extrair o máximo de todos com quem mantiver contato.

Escolha o meio que vai estar, pois ele muda você, assim como nós mudamos o meio também. Aos poucos, nos tornamos o meio, e acabamos por nos limitar também pelo meio. Por isso não se acomode.

A forma mais fácil de fazer algo que você não imaginava que fosse possível é se cercar de pessoas que já fizeram o que você gostaria de fazer. E você não está sozinho!

Mas nada disso vai adiantar se você não fizer o mais importante.



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