As redes sociais são um fenômeno que nos permite ter acesso a diversos tipos de conteúdo que de outra forma seriam difíceis de ter acesso. Atualmente, basta querermos saber de algum assunto específico, independentemente do lugar ou época, conseguimos em apenas um clique.

Entretanto, será que essa facilidade tecnológica permitiu que chegássemos a um conhecimento mais profundo do assunto desejado?

Parece que nem todos os teóricos concordam que essa facilidade ajudou em nossa busca do conhecimento, pois de acordo com Umberto Eco “o drama da Internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a detentor da verdade”. Em outras palavras, por mais que tenhamos uma jorrada de informações a respeito de diversos assuntos, ninguém é capaz de determinar, em um primeiro momento, se um site é confiável ou não, e se uma informação é verdadeira ou falsa. A internet, e consequentemente as redes sociais, deram voz a todas as pessoas, sejam elas bem-intencionadas ou não.

Mas afinal, o que isso tem a ver com o coaching?

Não é de hoje, principalmente no Brasil, que a divulgação do processo de coaching vem gerando polêmicas nas redes sociais. Parece que a palavra coach está na moda, fato esse que recentemente até em novela em horário nobre esse profissional ganhou seu espaço.

Entretanto, mesmo com tanta divulgação e propaganda, parece que há uma dúvida acerca de quem é esse profissional, o que ele faz, quais suas competências, quem pode ser coach e em quem confiar.

Muitas dessas dúvidas se dão, principalmente, pela falta de conhecimento do processo, tanto de quem utiliza a metodologia para ganhar algum tipo de marketing, como para o público em geral. 

A divulgação banalizada do processo, principalmente nas redes sociais, fez com que muitos criticassem a metodologia, e com razão, pois são muitas pessoas que quando se deparam com um coach não sabem ao certo que tipo de profissional estão lidando. Muitos deles acreditam inclusivo que o profissional de coaching é alguma espécie de “guru da sabedoria”, ou entendem que o coach irá resolver todos os problemas do coachee (cliente) trazendo-lhe os melhores conselhos e direção para vida em busca de algum sucesso pessoal ou profissional. 

Se por um lado temos uma enorme divulgação do processo, por outro lado a falta de informação tende a enfraquecer a metodologia que pode acrescentar muito daqueles que passam por ela.
 
Afinal, o que é coaching?

O coaching é um processo que desenvolve e maximiza a performance do indivíduo, promovendo reflexões no cliente para potencializar seu desempenho e aprendizado. O processo de coaching ocorre por meio de conversas entre o coach e o coachee. 

Neste diálogo, o papel do profissional é fazer perguntas e aplicar ferramentas com o propósito de dar um suporte para que o seu cliente (ou coachee) comece a observar sua situação sob um novo prisma. Com isso, abre possibilidades para a escolha de novos comportamentos, favorecendo o alcance de diferentes patamares de resultados. 

A metodologia coaching parte do pressuposto de que o coachee tem todos os recursos de que necessita para atingir seus objetivos, e cabe ao profissional de coaching apenas apoiar o cliente nesse processo de descoberta do cliente, dando o suporte para que ele possa se encontrar e se desenvolver. 

O coach tem as melhores perguntas, o coachee tem as melhores respostas. Pressupõe, portanto, movimento e mudança.

Deste modo, o coach tem que ter essas competências de escuta atenta e foco no desenvolvimento do seu cliente dentro de um processo que não é terapia, não dá conselhos, não oferece caminhos, e muito menos fazem promessas de conquistas. 

O coach apoia seu coachee dentro deste processo que visa “provocar” seu cliente, por meio de perguntas, a uma maior percepção de si mesmo, para que o cliente possa usar os seus recursos (internos ou externos) no alcance de seu objetivo.

Por fim, deixo uma frase de Rubem Alves que nos ajuda a entender de uma forma mais metafórica a relação de parceria entre o coach e o coachee: “A vida tem sua própria sabedoria. Quem tenta ajudar uma borboleta a sair do casulo a mata. Quem tenta ajudar o broto a sair da semente o destrói. Há certas coisas que têm que acontecer de dentro para fora.”



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