Motivar ou desenvolver? Até algum tempo atrás eu realmente não saberia responder esta pergunta. Por várias vezes já me vi motivando as pessoas, dando aquela força, incentivando, falando as palavras certas na hora certa, pelo menos era o que eu achava, e sendo sincero, em 90% dos casos achamos que estamos ajudando, motivando e incentivando.

Sempre senti orgulho de poder saber o que falar e quando falar, de entender sobre quase tudo. Na verdade, quando eu saía das reuniões ou de outros tipos de compromisso, me sentia realizado e convencido de ter feito a coisa certa.

Mas, por que meus clientes e pessoas à minha volta continuavam na mesma, parecendo que não escutaram direito, ou não se lembravam das minhas palavras? Teria eu sido confuso, será que precisavam de mais motivação, de incentivo? Ou por simplesmente terem esquecido pela correria diária?

Fiquei confuso com esta situação, me sentia bem, realizado, porém não atingia meu objetivo de ajudar e ver a ajuda sendo realizada, de ver o sucesso e da realização. Nada disso acontecia, apenas a satisfação de ter em minha mente que tinha feito a coisa certa.

Durante alguns anos, com aprendizado, dedicação, muita leitura, conversas, networking e outras tantas atividades e ações, percebi o grande dilema!

Estou realmente ajudando, ou apenas dissertando sobre um modelo padrão, atividades padrões, sobre o que funcionou para mim e para outros tantos?

Comecei a fazer uma comparação com o filme “Velozes e Furiosos”: a motivação é como a nitro no motor do carro, no qual a hora que damos a motivação, o incentivo, o carro acelera a toda velocidade, mas, quando acaba, volta a andar na velocidade normal.  É nesse ponto que entra o grande insight. Não é a motivação e o incentivo que irão ajudar o carro a andar mais rápido, e sim o próprio carro entender o quanto ele mesmo pode correr. Em outras palavras, ele tem que se desenvolver de forma que irá perceber suas limitações e suas capacidades, sabendo o que, quando e como fazer as curvas e quando acelerar e frear, perceber e conhecer seu próprio potencial e saber quando utilizá-lo.

Incentivar e motivar não adianta, pois são modelos padrões que podem até terem funcionado para outras pessoas, mas podem não funcionar para um indivíduo específico. É no desenvolver, no aprender por si só, no decidir quando, como e onde aplicar suas forças, como aproveitar as oportunidades, no planejar e agir, no focar nos resultados e no aprender a se disciplinar é que realmente haverá a transformação.

Aprendi que não devemos dizer o que fazer e sim perguntar o que vai fazer, questionar quando, como e onde irá fazer. Devemos sempre fazer as perguntas certas no momento correto, levando a pessoa a refletir e decidir por conta própria, comprometendo-se a estar engajada com sua meta e objetivo, conhecendo seu estado atual para saber exatamente o estado que deseja chegar.

Por isso, sigo à risca 3 princípios básicos, que são:

1 - Não espere que alguém lhe diga o que fazer, faça;

2- Não espere que alguém lhe diga quando fazer, encontre seu momento e organize seu tempo;

3 - Não espere que alguém lhe diga como fazer, descubra seus pontos fortes, transforme-os em oportunidades e faça à sua maneira, dentro dos seus valores e necessidades essenciais.

Atualmente, tendo em mente os princípios citados acima, minhas conversas são sempre direcionadas para o desenvolver do indivíduo. Simplesmente me livro de julgamentos, de inferências, de sugestões e conduzo de forma a reflexão e ao autoconhecimento, sem pressupor nada e sem conceitos de certo ou errado.

Hoje posso dizer que minha satisfação pessoal em ajudar de forma consciente é totalmente gratificante, pois sei que fiz com que a pessoa cresça e se desenvolva por si só.
 

 
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