Sabe-se que entre as aspirações ou objetivos de alguém que busca uma formação profissional, é que lhe traga resultados e que venha compensar o esforço e quando for o caso, o investimento financeiro feito, etc.
Nesse contexto temos desde 2003, quando ocorreu o lançamento do plano de expansão da Rede Federal de Educação Profissional Técnica e Tecnológica, nas fases I e II foram implantados cerca de 366 unidades em todo o Brasil, oportunidade para aqueles que buscavam a formação.

Ao Maranhão coube 23 campus e cerca de 17 novas vagas, destas cerca de 55% para nível técnico. Aguarda-se já para 2016 a fase III que deverá chegar a 30 campus, o que ensejará o aumento da corrida pela inserção dos novos profissionais no almejado mercado de trabalho. No Maranhão, principalmente em São Luis, tomando-se por base as 29 escolas que ministram esse tipo de ensino, são cerca de 650 novos técnicos a cada ano no mercado de trabalho.

Ainda nesse contexto de situação em recente manifestação do sindicato da categoria dos técnicos, em São Luis, relativamente a esse tema, ficou patenteada a preocupação da entidade assim expressada: Verificamos que apesar dos investimentos e da formação de uma mão de obra necessária, precisamos saber como está a relação desses profissionais, ao saírem da escola, com o mercado de trabalho, como estão aqueles estudantes (hoje profissionais) após a vida no ambiente de sala de aula, notadamente quando se tem uma taxa de desemprego em torno de 38%. Paralelamente à questão do índice (38%), junta-se a situação em que sobram vagas no mercado de trabalho atribuindo-se a essa realidade o fato do técnico não possuir o perfil necessário exigido para ocupa-las, vive-se o chamado apagão profissional.

Partindo-se então da situação do mercado: existem vagas, todavia falta mão de obra qualificada, ou a falta de qualidade é o grande entrave para a empregabilidade, temos duas vertentes para trilhar. A primeira se refere ao técnico (o candidato à colocação no mercado) que esta sendo tido como não preparado para o exigente mercado, o então ministro da fazenda (Joaquim Levy) em recente declaração disse: “O governo federal já está preparando um programa de qualificação de trabalhadores, cujo viria atingir setores como a indústria, comércio e construção civil.” Para a diretora do SINE de Uberlândia – MG, o não preenchimento dos postos de trabalho é pela falta de qualificação de mão de obra o que compreende baixo índice de escolaridade, cita um exemplo a Doutora Daisy Afonso: De janeiro a Abril de 2010, foram 8.133 vagas e só 3.527 preenchidas. O gerente executivo da CNI (Confederação Nacional da Indústria). Ronito Fonseca, afirma que a educação básica é o principal entrave para qualificação dos trabalhadores da indústria, fato constatado segundo Renato, a partir da pesquisa realizada em meio às indústrias, cerca de 52%, confirmam a má qualificação da educação básica é o grande vilão.

Se passarmos para a segunda vertente vamos nos deparar com a situação: “Empresários encontram dificuldade para contratar mão de obra em vários setores da economia”. Evandro Schutz, diretor de empresa do ramo automotivo afirma escassez de mão de obra qualificada no setor de manutenção, segundo ele devido à falta de qualificação e acha que o governo precisa investir mais em cursos.

A julgar pela situação em tela, estamos diante de um mercado carente de profissionais para as mais diversas atividades, e de um número considerável de profissionais sem a habilidade/capacidade necessária para atender essa demanda, concluindo-se que o problema pode estar num nível de ensino não compatível com as necessidades do mercado, carecendo pois de melhoria dos conteúdos das competências curriculares das escolas. Com palavra os gestores da rede de escolas do ensino técnico.

*O técnico citado no artigo é o chamado Técnico Industrial é um profissional de nível técnico da área da engenharia (edificações, eletromecânica, eletrônica, estradas, saneamento, eletrotécnica,...), de setor secundário da economia, oriundo da rede das chamadas escolas técnicas da rede oficial e particular de ensino, do grupo de modalidades previstas na resolução 473/2002, do CONFEA.



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