Estamos falando da Indústria 4.0, da internet das coisas, da invasão da tecnologia e a necessidade de nos adaptarmos às mudanças rápidas, porém, será que estamos todos nesta mesma página?

Falamos da importância em planejar, do valor da comunicação e a necessidade de desenvolver soft skill para viver melhor nestes novos tempos, mas o quanto de fato estamos planejando, nos comunicando e nos desenvolvendo para termos conquistas diárias?

Tenho a sensação de que embora estejamos falando muito de tudo isso, ainda temos uma grande parcela da população e, um número enorme de empresas, que estão seguindo em frente sem se dar conta de nada disto.

Pensando no universo organizacional, enquanto algumas empresas buscam se adequar à nova realidade, a maioria ainda mantém modelos de gestão ultrapassados, resistindo às mudanças e até mesmo desconhecendo este novo contexto.

A área de Recursos Humanos, que tem o papel fundamental de contribuir com a mudança da cultura organizacional, mal consegue gerir os processos administrativos, emperrados com a complexidade das rotinas aplicáveis aos requisitos legais, com ferramentas ainda precárias de gestão, tendo como resultado um foco quase imperceptível no desenvolvimento de pessoas.

Para que tenhamos uma mudança deste quadro será que dependemos somente dos profissionais de Recursos Humanos?

Vocês fazem ideia de quantos profissionais já devem ter sido demitidos porque lutaram por defender um desenho de RH mais humanizado?

E quantos profissionais de RH devem ter adoecido, e ainda adoecem, por este mesmo motivo?

Por outro lado, temos também profissionais atuando na área de Recursos Humanos que ainda não entendem o verdadeiro papel da área de gestão de pessoas.

Afinal de contas cuidar de gente é papel somente do RH?

Não há negócios sem pessoas, entender e cuidar de gente não é "mi mi mi",  é também cuidar dos negócios, dos resultados e da sustentabilidade da empresa.

Precisamos formar profissionais com um novo mindset. Independente da área de atuação é preciso aprender a cuidar de pessoas, a se relacionar de forma saudável, a respeitá-las e desenvolvê-las profissionalmente. Precisamos avançar na prática tal qual já fizemos na teoria.

Não é o RH que faz a empresa, é a empresa que faz o RH ser como ele é. É a alta administração que traz a cultura do cuidar de pessoas como premissa básica para os seus negócios, é a média liderança que faz no dia a dia a real imagem que tanto lutamos em criar com campanhas lindas e frases belíssimas, que perdem o sentido quando na prática o que se vê são relações tóxicas e de pouco respeito.

É claro, que faz toda diferença ter um RH preparado para promover as mudanças, para implementar uma cultura de desenvolvimento humano, mas remar sozinho neste sentido não vai trazer os mesmos resultados quando temos mais pessoas e áreas da organização com o mesmo foco.

Uma coisa é fato, não chove mesmo de baixo para cima!




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