Toda criança chega na idade da famosa frase “quando eu crescer, quero ser...”, e muitas ideias vêm à mente. De prefeita a veterinária, de grafiteira a professora. E neste momento, o mais importante é incentivar os valores das profissões com brincadeiras, vídeos e jogos educativos, além de estimular o aprendizado prático e a desenvolver novas habilidades, as crianças cumprem e completam os desafios. 

A opinião dos pais na tomada de decisões de seus filhos é, por muitas vezes, decisiva na escolha final, e por essa razão, é necessário esquecer de negativar as profissões quando eles disserem. 

Através da visão de minha filha, pude refletir e observar o mercado de trabalho atual para as mulheres, afinal, ela estará nele dentre 10 a 13 anos. Atualmente, desenvolvo programas de gestão de carreiras e de coaching com um público feminino maior: 35% dos processos são mulheres - um número que continua crescente, de acordo com os números oferecidos em julho 2017 pela consultoria Thomas Case & Associados.

Um outro dado interessante que analisei, registrado no Portal Brasil, do Ministério do Trabalho e Previdência Social, publicado em março 2016, mostra que as “Mulheres são maioria em universidades e cursos de qualificação”. O sexo feminino, cada vez mais, tem predominado cursos de humanas como psicologia, áreas da saúde e docência. Já em cursos de exatas como engenharia, elas ainda estão em minoria.

Analisando de forma empírica estes fatos e tudo que ocorre em nosso modelo social profissional, percebo que, em grande parte, as mulheres se dedicam cada vez mais nos estudos, principalmente, nos cursos de especialização, e a persistência em buscar seus espaços no mercado de trabalho, seja em posições gerenciais ou de direção.

Acredito que o modelo feminino de cuidar do próximo, de fazer diversas atividades simultâneas, de possuir mão de obra criativa e reunir qualificação técnica e teórica tomou espaço em padrões que considero velhos paternalistas. O próprio homem que tem dificuldades em desenvolver multitarefas, atualmente, é motivado a pensar de forma mais abrangente.

As características femininas de aprendizado no qual começa nos espaços familiares com a percepção de sentir, acolher e fazer são fatores que instigam a criatividade e a dinâmica mais “humana” dos profissionais, bem como nos ajuda a ter um olhar amplo frente às inúmeras situações do dia a dia de trabalho.

Será então que a dinâmica profissional atual está nos levando a potencializar nossas percepções, sentidos e atitudes?

Segundo o arquétipo de Jung na relação entre homens e mulheres, suas diferenças biológicas e psicológicas, comenta-se que quando o homem integra e desenvolve as características positivas da “personalidade ânima” potencializa e desenvolve a capacidade de sentir o que se passa no outro, a sensibilidade em lidar com o próximo, a tolerância, a intuição, a gentileza, a criatividade, a habilidade de ouvir, a integração com a família.

São práticas que, na minha percepção, podem fortalecer e quebrar tabus sobre a forma de nos expressar frente às situações emocionais pessoais e profissionais: a dizer de forma branda o que nos incomoda; a compreender o outro no trabalho em equipe; a organizar as atividades no trabalho e de casa; a ser flexível ao sentimento.

Fazendo um paralelo entre as características femininas e masculinas e o momento profissional atual, observo que são fatores importantes que aprendemos com o sexo feminino. É uma rica oportunidade, pois ser pai de uma menina e, ainda, trabalhar com o desenvolvimento humano em uma empresa em que a maioria dos colaboradores e assessorados são mulheres, dá-me esta valiosa possibilidade de aprendizado.

Já para as mulheres, percebo o quanto trilham um caminho em suas carreiras. Os estudos, a dedicação e a persistência mostram que estruturam um belo horizonte para a sociedade e empoderam cada dia mais as qualidades próprias.

Fica uma reflexão diante dos números e das características apresentadas: por que então a mulher ainda não tem o mesmo retorno financeiro e de reconhecimento por parte das empresas?



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