As organizações estão vivendo uma quebra de paradigma, na qual os modelos tradicionais de gestão e planejamento estão ficando para trás e a transformação passa a ser constante, fazendo com que as empresas precisem se adaptar. Caso contrário, não conseguirão acompanhar as mudanças e será cada vez mais difícil promover o crescimento sustentável. 

São os novos tempos e, aliado a esse cenário, observa-se a consolidação e a chegada das novas gerações ao mercado de trabalho, este ainda majoritariamente composto por empresas lideradas por gerações anteriores. 

Estes gestores, em sua maioria, valorizam a estabilidade e buscam crescimento dentro de uma única empresa e tem o desafio de liderar a geração das redes sociais, que cresceu com a internet, são mais informais, priorizam a inovação e autonomia e estão em busca de um propósito.

Para que essa transformação seja efetiva e possível de acompanhar, é necessário que as organizações estejam sempre inovando e renovando e, para isso, busquem encontrar formas de entender o comportamento e as motivações dos profissionais das novas gerações e como retê-los. 

Uma das dificuldades na retenção de profissionais dessa geração se dá pelo grande potencial empreendedor que eles possuem. Eles têm uma grande sede de inovar, trabalhar com autonomia e querem crescimento rápido. Como acabam não encontrando seu propósito nas organizações tradicionais, vão em busca de encontrá-lo por conta própria.

No entanto, o incentivo ao potencial empreendedor desses jovens não é o único desafio para a liderança dentro das empresas. Outro aspecto está no próprio desenvolvimento do líder para saber atuar com a gestão dessa nova geração. 

Muitos jovens profissionais não se identificam com a liderança ou não têm espaço para desenvolver seu potencial. Isso ocorre porque muitos líderes não sabem qual é o seu papel e não se preparam para promover o desenvolvimento das pessoas.

 Além desses, existem outros desafios que os líderes e as organizações precisam se atentar para terem sucesso na gestão das novas gerações, e são eles:

Recrutamento tradicional x Employer Branding

Como sua marca empregadora é vista no mercado? Para os jovens profissionais é bastante importante estar em uma empresa que é vista como uma boa empregadora. Employer Branding ou marca empregadora é o que faz com que alguém queira trabalhar em determinada empresa e não em outra. Ter um DNA consolidado, cultura organizacional bem definida e práticas organizacionais alinhadas ao estilo de vida desses jovens faz com que a chance de retê-los seja maior. O processo de recrutamento e seleção tradicional acaba ficando para trás, pois hoje, mais do que nunca, os jovens buscam e sabem as empresas onde querem trabalhar. Observamos uma inversão de valores e os líderes precisam estar atentos a esse movimento.

Salário x propósito

As gerações anteriores trabalhavam pela recompensa financeira que receberiam no final do mês. Quanto maior fosse essa recompensa, mais motivados e engajados eles ficavam. Isso se deve ao modelo de trabalho que imperava na época, que era o de acúmulo de riqueza e de patrimônio. Vimos que esse cenário mudou e hoje os jovens buscam por um propósito, por algo que faça sentido na vida deles e que seja o que realmente os move. Com isso, mudou também o modelo de trabalho. Atualmente os jovens querem que o trabalho traga satisfação e realização, mesmo que as recompensas financeiras não sejam tão altas inicialmente.

Chefe x leader coach

Os membros da nova geração são mais informais, tratam seus superiores como iguais e os veem como parceiros e não como chefes. Neste aspecto, o posicionamento como leader coach faz a diferença, pois é um líder que utiliza ferramentas de coaching para promover o apoio, autoconhecimento e desenvolvimento da sua equipe. Vale a pena buscar desenvolvimento e utilizar técnicas dessa metodologia para promover uma liderança mais inspiradora.

Foco nas fraquezas x fortalezas

Atuar na melhoria e desenvolvimento dos GAP’s das pessoas foi e é uma prática ainda muito utilizada nas organizações. Com a nova geração, essa estratégia já não traz tantos resultados. Eles têm maior autoconhecimento, sabem no que são bons e quais são seus pontos a serem desenvolvidos. Sentem que precisam alavancar suas habilidades e competências no que já são bons, para que se tornem ainda mais competitivos.

Nesse contexto, as empresas encontram cada vez mais desafios para atrair e reter os talentos, mas já estão descobrindo que o futuro do trabalho está nas mãos das novas gerações e que devem estar preparadas para o desenvolvimento do processo que consiste na alteração de condutas, processos e procedimentos, além da visão, missão, forma de agir, comportamentos, atitudes, com o intuito de reter os talentos das novas gerações na organização.

À frente desta transformação, encontram-se os líderes, que devem acompanhar, estar abertos e dispostos a desenvolver-se. Os desafios são muitos e sabe-se que as mudanças são lentas. Os que já perceberam isso saem na frente e já entenderam que o mundo não é mais o mesmo e que a vontade de fazer, transformar e desenvolver tem que ser genuína.
 


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