Consequentemente o turismo, assim como qualquer atividade desse setor seja inerente às outras atividades e áreas de atuação existentes, é através dele que praticamente todas as áreas conseguem alcançar seus objetivos e principalmente uma demanda que dificilmente seria organizada sem a existência da atividade turística. Isso se justifica pelo fato do turismo em sua cadeia produtiva receber influencia de quase todas as áreas. Podemos até analisá-la como a atividade de inúmeras faces em que quase como numa sincronia influencia e recebe influencia.Partindo dessa relação é fundamental explanarmos acerca dos quatro pilares de sustentação do turismo sendo esses: inserção social, econômico, meio ambiente e políticas públicas.

Há uma soma desses critérios, que devidamente associados e interligados formam o processo denominado sustentabilidade e desse processo nasce todas as diretrizes que fundamentam as relações sociais e econômicas, ambientais e políticas.

O tema sustentabilidade assim como a preocupação quanto às questões relacionadas ao tema aqui no Brasil começaram a tomar alguma proporção na década de 70, porém bem antes disso no país já havia leis pertinentes ao tema, um exemplo disso é o código florestal tão em evidência atualmente que é matéria de muita discussão no Congresso Nacional, mais que fora implantado em 1965 e realmente consolidado com a carta magna de 1988, não nos esquecendo do modelo de padre Cícero ainda na década de 30, que será amplamente analisado no decorrer desse capítulo.

Contudo o grande marco para o desenvolvimento sustentável brasileiro e mundial foi, sem dúvida a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992 (a Rio 92), onde se aprovaram uma série de documentos importantes, dentre os quais a Agenda 21, um plano de ação mundial para orientar a transformação desenvolvimentista, identificando, em 40 capítulos, 115 áreas de ação prioritária.

A agenda 21 apresenta como um dos principais fundamentos da sustentabilidade o fortalecimento da democracia e da cidadania, através da participação dos indivíduos no processo de desenvolvimento, combinando ideais de ética, justiça, participação, democracia e satisfação de necessidades. O processo iniciado no Rio em 92 reforça que antes de se reduzir a questão ambiental a argumentos técnicos, deve-se consolidar alianças entre os diversos grupos sociais responsáveis pela catalisação das transformações necessárias.

O Turismólogo traz na sua essência humana e profissional a responsabilidade como agente fundamental nesse processo, nas questões tão recentemente consideradas importantes para o mantimento e para o desenvolvimento do seu meio que constantemente passa por transformações, desse modo a observância dos critérios para transformação desse espaço deverá obedecer inicialmente à inserção social em que a sociedade local venha se beneficiar indireta e diretamente, em vários aspectos, no mantimento e valorização de sua cultura e costumes, sem que haja o perigo da estilização maciça, a sociedade envolvida tem que se sentir inserida e principal agente do processo, havendo o máximo de absorção do potencial já existente no que se pretende alcançar, nesse ponto deve-se levar em consideração que embora o mínimo de impacto aconteça, pois sem sombra de dúvida é necessário que haja a interferência externa, sem que se perca a essência local.

Com isso podemos admitir que a partir dessa inserção, há geração de renda, o fortalecimento da economia e o desenvolvimento local. Quando se tem a sociedade local resgatada e valorizada, a economia cresce beneficiando a localidade, além de a própria sociedade local valorizar e apoiar todas as iniciativas e realizações em prol desse desenvolvimento.

A questão ambiental deve ocupar o mesmo grau de importância, observando-se todos os pontos relacionados ao meio ambiente e aos meios transformados. Contudo há de ser explicado que embora a questão ambiental seja levantada, quando se trata do turismo, a questão não se restringe apenas no que não se deve fazer para aumentar a sua degradação, mas a questão passa por uma atmosfera mais complexa que se fundamenta naquela em que o impacto existe no seu menor grau possível, ou seja, impossível se falar em turismo, sem considerarmos o mínimo impacto causado pelo mesmo, toda via um impacto mensurável, controlado, monitorado no mais profundo entendimento, de que impactar numa perspectiva de que no acaso do impossível pudéssemos retornar ao passado, poderíamos então fundir nas praticas relacionadas ao meio ambiente o conceito de usufruir desse mesmo ambiente de forma sustentável, alicerçada nos quatro pilares fundamentais.

Por fim falamos das políticas públicas que não podem ser confundidas com as políticas partidárias e embora seja o último pilar abordado, é dele que partem se fortalecem e se mantêm todos os outros pilares dentro do turismo. Através das políticas públicas se municia e estrutura os espaços dando condições aptas para o desenvolvimento da atividade turística. As políticas públicas revelam todas as demais etapas que compõem a atividade do turismo, além de serem responsáveis pelo mantimento de toda a infraestrutura que cerca a atividade turística e que ela está inserida.



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