Independentemente da região brasileira em que habitem, há um número expressivo de famílias em situação de vulnerabilidade social. Mas, o que é vulnerabilidade social? Pode-se dizer que vulnerabilidade é uma espécie de identidade da pessoa em condições biopsicossociais menos favorecidas, beirando-se à exclusão social. 

As famílias vulneráveis apresentam indicativas como: trabalho informal; evasão escolar precocemente - devido ausência de estímulo por parte de familiares considerando que os próprios responsáveis, muitas vezes, não são alfabetizados; negligência familiar; prostituição e/ou abuso sexual infantil; trabalho infantil; violência doméstica; uso de substâncias psicoativas (lícitas e/ou ilícitas); tráfico de drogas, problemas habitacionais, desnutrição, prisões de membros da família ou mortes/assassinatos devido a crimes, dentre outras. 

Cabe salientar que, infelizmente, em inúmeras famílias todas (ou praticamente todas) as referidas vulnerabilidades se apresentam num só contexto.

Em todas as classes sociais o sofrimento humano existe, entretanto no ambiente vulnerável as pessoas apresentam maiores dificuldades em preservar vínculos afetivos saudáveis; apresentam diálogo comprometido entre membros familiares/comunitário, além de serem pessoas com ausência de autonomia, iniciativas e reduzida autoestima. Tais características produzem um sofrimento psíquico maior, pois se soma aos fatores sociais supramencionados. 

Em relação à população vulnerável, a política pública brasileira vem se dissipando e intensificando, contudo ainda está aquém do que se pode chamar de “ideal”. A partir de intervenções realizadas com as famílias, como Psicóloga Social, visualizaram-se fatores transgeracionais bem presentes, ocasionando dificuldades de vislumbrar algo diferente para si por conta do ciclo psicodinâmico familiar.

Quanto aos descendentes, contudo, desejam um futuro melhor, apesar das mínimas condições de lhes proporcionar. Aí se encontra um sonho latente! Felizmente, sabe-se que pessoas mudam o rumo de seu percurso apesar de vivenciar dificuldades historicamente.

Mas o que o coaching tem a ver com isto? Muito e nada, dependendo do ponto de vista! Quando se traz a ideia de “muito”, afirma-se que há um vasto campo de experiência profissional ao ter coachees socialmente vulneráveis. 

Por outro lado, quando se menciona “nada”, faz-se referência de que os menos favorecidos não possuem conhecimento sobre o processo de coaching, como se dá seu funcionamento e sua importância, nem tampouco condições financeiras de arcar com o mesmo, até porque o referido processo custa relativamente caro.

Diante da circunstância apresentada, pretende-se por parte da autora, efetuar um trabalho voluntário à população supra com o intuito de aproximar-se dos desejos e sonhos pouco (ou nunca) expressados e, especialmente, para celebrar as mudanças comportamentais que poderão vivenciar. Salienta-se da possibilidade de iniciar-se, mesmo que a passos lentos, um processo transgeracional diferente para, então, romper com o ciclo vicioso com o qual estão habituados a conviver.

Quanto ao (s) sonho (s) latente (s) espera-se, sim, ficar tão somente como conteúdo de seu passado!

Certamente, quando os sonhos da população vulnerável, atendida voluntariamente, tornar-se realidade a autora ficará satisfeita porque terá atingido uma meta e, consequentemente, reforçará ainda mais que o ser humano pode, e muito, apoiar o outro, desde que ambos assim queiram.




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