Em minhas palestras, sempre afirmo que as respostas estão dentro do indivíduo. Como sei da fama que esse tipo de recomendação tem, faço uma ressalva antes, mais ou menos assim: “Pessoal, o que vou dizer agora vai parecer autoajuda de quinta categoria, mas...”.


É disso que o coaching trata. É sobre criar as condições necessárias para que o cliente diga o que deve fazer para atingir determinada meta. Para isso, o profissional usa perguntas e ferramentas. Depois, essas ações são monitoradas para garantir a execução.

Entre outras muitas questões, o processo é maravilhoso por dois motivos especiais. O primeiro é que a pessoa assume um compromisso com ela mesma. Afinal, ao responder aos “estímulos” do coach, o indivíduo lista as tarefas que deve colocar em prática para ter sucesso.

Isso produz um efeito muito interessante. É como se a pessoa fosse ao caixa eletrônico para tirar um extrato sobre a própria vida. Como disse certa vez numa entrevista para o rádio, aí o bicho pega. Muitos se surpreenderiam com o que sairia do papel.

A outra razão que torna o coaching incrível é que ele age em um dos principais defeitos do ser humano, que é a dificuldade de colocar em prática. Se você torceu o nariz ao ler isso, sugiro conhecer a história de dois homens fantásticos: Larry Bossidy e Ram Charan.

Eles escreveram um livro cujo título original é “Execução: A disciplina de terminar as coisas” (no Brasil, o título é um pouco diferente). Os dois viajam o mundo para dizer para as empresas que elas devem executar. Ressaltam a importância de botar para fazer.

O que eles identificaram, basicamente, é que muitos CEOs faziam planejamentos estupendos e depois não entendiam por que os projetos davam errado. O vácuo percebido era justamente a execução. O ser humano é craque em falar, falar e não fazer nada.

Um exemplo disso são algumas reuniões. Vemos isso diariamente nas empresas. Encontros longos em que se discutem inúmeras situações. Basta que os profissionais saiam da sala para que os assuntos morram. É um problema frequente e que deve ser combatido.

Projetos precisam de um responsável e de um prazo. É necessário criar ainda a cultura de fazer atas e registrar as informações debatidas. Essas situações têm relação com feedback e controle e demonstram excelentes resultados na produtividade da equipe.

É importante também fazer uma distinção entre informação, conhecimento e sabedoria. A informação é o dado solto. Pode ser uma frase, uma reportagem, um livro. O conhecimento é a informação processada. Você analisa, relaciona e desenvolve um entendimento sobre aquilo.

Já a sabedoria está em colocar em prática.



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