Terminei de ler “O poder do hábito”, de Charles Duhigg, e minhas expectativas foram superadas. O material é realmente muito bom. Minha conclusão é que entender como os hábitos funcionam pode mudar nossa vida para melhor e para sempre.

Nosso cérebro adota hábitos porque, caso contrário, entraria em colapso com tantas decisões a serem tomadas. A boa notícia é que essa não é uma realidade apenas para hábitos ruins. Hábitos bons, quando adquiridos, também se tornam automáticos.

O primeiro passo para conquistar uma mudança significativa é entender o loop do hábito. Segundo o autor, hábitos funcionam num ciclo com as seguintes características: deixa, rotina e recompensa. Perceba o que desencadeia seu hábito e qual é a recompensa.

O livro traz o exemplo de uma mulher viciada em jogos de azar. O loop dela ocorria desta forma: frustação com a vida (deixa), ir até o cassino jogar (rotina) e um sentimento de alívio momentâneo (recompensa). Ela já não decidia fazer isso. Simplesmente acontecia.

Depois que entendemos o loop do hábito e conseguimos identificar quais são as três etapas do processo, precisamos querer mudar. Isso é imprescindível. A vontade de adotar um novo jeito de viver é crucial porque a alteração exige muito esforço.

Uma garota que roía unha de maneira compulsiva foi orientada a marcar numa ficha toda vez que isso acontecia. Essa ação fez com que ela percebesse mais a fundo como estava a se sentir no momento e deu pistas de como conseguiria se livrar do problema.

Uma estratégia fantástica para corrigir algo ruim é você substituir a rotina. Toda vez que a deixa aparece, faça outra coisa que traga uma recompensa parecida. Não é fácil. Porém, com a insistência, o cérebro passa a entender que é preciso mudar o “automático”.

Veja como isso é incrível: praticar exercícios físicos pode se tornar tão automático quanto comer pizza ou brigadeiro (pausa para reação...). Infelizmente, algumas pessoas se desmotivam e ficam inquietas porque percebem que têm muitos hábitos negativos.

O pensamento é de que, se já é difícil mudar um, quanto mais vários. No entanto, existem hábitos que são angulares. Isso significa que geram uma reação em cadeia que tende a ter um efeito positivo generalizado. Diante disso, a dica é: comece por um hábito específico.

O autor explica: “Os hábitos mais importantes são os que, quando começam a mudar, desalojam e reformulam outros padrões”. Além da vontade, a fé e o apoio têm papel fundamental. É por isso que comunidades como Alcoólicos Anônimos viraram referência.



Informamos que esse texto é de inteira responsabilidade do autor identificado abaixo.