Relacionamentos difíceis? O que acontece? Todos nós aqui falamos o mesmo idioma, certo? Então deveríamos nos entender perfeitamente, não é? 

Por que temos tanta dificuldade em compreender os outros? Melhor dizendo: por que “os outros” têm tanta dificuldade em nos entender? Claro, porque sempre achamos que “o outro” é quem não nos compreende, não é verdade?

Por que tantos desencontros, conflitos e desentendimentos?
 
Um dos maiores desafios envolvendo relacionamentos, sejam eles profissionais ou pessoais, é o desafio da “comunicação”.

Já viu ou passou por alguma situação parecida com as que citarei abaixo?

- Meu subordinado não compreende a importância e a urgência de certas tarefas e frequentemente desperdiça tempo com coisas praticamente inúteis enquanto poderia estar sendo mais produtivo, concentrando-se em fazer o que realmente importa;

- Meu chefe não entende que já estou atolado até o pescoço com coisas para fazer e que tudo é urgente, tudo é importante e tudo é para ontem;

- Minha esposa nunca tem tempo para nós. Está sempre fazendo um monte de coisas e depois reclama que está cansada. Quando finalmente ficamos juntos já é tarde da noite, não fazemos nada, ela vai para cama e apaga e eu fico sozinho. Depois ela reclama que saio nos finais de semana, que só fico com os amigos o dia inteiro fora e não dou atenção para ela, mas ela também nunca dá atenção para a nossa relação;

- Meu marido me ajuda muito pouco. Nos finais de semana fica fora boa parte do tempo. Eu tenho que cuidar da casa e das crianças. Tenho milhares de coisas para fazer e um dia de apenas 24h parece que nunca será suficiente para que eu termine tudo. No final do dia ele reclama que eu estou sempre exausta e que raramente temos momentos de qualidade juntos. Se ele me ajudasse mais teríamos mais tempo um para o outro.

Os exemplos acima, apesar de muito comuns, são apenas uma pequena amostra entre tantas outras situações específicas que demonstram o quanto os relacionamentos são difíceis. Pouco importa o exemplo, o fato é que seja no ambiente corporativo ou familiar é muito provável que nessas relações estejam faltando alguns ingredientes básicos para tornar a comunicação mais eficiente e assim facilitar os relacionamentos. 

Mas, antes de falar desses ingredientes básicos, quero lembrar-lhe do óbvio: somos da mesma espécie, porém diferentes!

Somos, de fato, muito diferentes um do outro. Cada um com a sua personalidade, com as suas preferências, seus pontos de vista, opiniões, cada um com seu perfil ou a sua tendência comportamental.

Ocorre que a nossa tendência comportamental afeta diretamente a maneira como nós percebemos o mundo e, principalmente, como nós nos comunicamos. 

Alguns de parecem muito “decididos” do que querem e gostam de ser desafiados, mantendo seu foco no resultado final e não se preocupam tanto com pequenos detalhes de percurso. Analisam apenas o essencial e decidem rápido. Outros, porém, são detalhistas e questionadores, precisam entender os processos e o como as coisas funcionam.

Há também aqueles mais reflexivos e ponderados que normalmente demoram um pouco mais para realizar grandes mudanças, pois precisam pensar e refletir bastante antes de tomar decisões importantes e muitas vezes se veem em cima do muro e não conseguem decidir.

Existem também aqueles mais receptivos que dão bastante importância aos relacionamentos e à interação com pessoas. Esses valorizam muito as relações sociais, as amizades e a boa convivência antes de qualquer outra coisa.

Você provavelmente já conheceu pessoas de todos os perfis acima, mas como saber qual é o seu perfil comportamental e também o perfil da outra parte, de modo a facilitar a comunicação?

Análise de perfil comportamental


Durante um processo de coaching voltado para a melhoria dos relacionamentos, o seu coach pode propor que você faça a um teste, normalmente chamado de análise de perfil comportamental.

Trata-se de uma ferramenta fundamental para o processo de autoconhecimento, que tem se mostrado extremamente útil, pois seu resultado normalmente proporciona maior clareza sobre a sua tendência comportamental, como essa tendência influência a sua comunicação e o que você pode fazer para melhorar a sua relação com pessoas de perfis comportamentais diferentes do seu.

Essa é apenas uma das ferramentas, entre tantas outras, utilizadas no processo de coaching que pode gerar grandes transformações de vida. Vale lembrar que essa avaliação isoladamente não é suficiente para que você inicie mudanças significativas na sua vida, mas quando somada ao processo de coaching como um todo ela se torna extremamente poderosa e geradora de mudanças.

Mas, o que eu posso fazer agora? O que eu posso colocar em prática hoje para melhorar a minha comunicação, seja no ambiente corporativo com meu chefe ou meus colegas de trabalho ou em casa, com minha esposa, marido, filhos e outros membros da família?

Aqui vão 3 ideias básicas para que você comece a melhorar os seus relacionamentos.

1 – Escuta empática


Mais uma daquelas coisas fáceis de falar, mas difíceis de fazer. Porém, se você for capaz de desenvolver este hábito, transformará completamente a maneira como se comunica e se relaciona com as pessoas. A escuta empática é provavelmente a primeira e mais importante atitude para tornar a sua comunicação mais eficiente.

A escuta empática é o ato de não apenas ouvir, mas escutar atentamente a outra parte, colocando-se no lugar do indivíduo, tentando entender suas razões e seus pontos de vista a partir da perspectiva dele.

Escutar com empatia colocando-se no lugar do outro não significa necessariamente que você tem que aceitar ou concordar com o outro, mas que você precisa entender o que leva o outro a pensar como pensa e agir como age. Uma vez que você entende a questão a partir da perspectiva do outro será muito mais fácil propor soluções que atendam ambas as partes e assim elevar a relação para a um patamar ganha-ganha, no qual os dois lados são beneficiados. Sim, porque quando um dos lados perde, na verdade os dois perdem.

2 – Busque clareza - não tome decisões com base em suposições


Você não tem uma bola de cristal e não é capaz de prever o futuro, muito menos o que passa pela cabeça da outra pessoa. Portanto, de novo, pratique a escuta empática e não tente “adivinhar” o que o outro quer, pretende ou pensa. Simplesmente pergunte, e continue perguntando até que todas as intenções, desejos, pedidos da outra parte estejam absolutamente claros para você. Tomar decisões ou agir com base no que você supõe ou acha que o outro quer certamente causará divergências.

Da mesma forma, seja você também absolutamente claro sobre as suas intenções e diga exatamente o que pensa e o que quer. Não deixe nada nas entrelinhas, pois o que é óbvio para você pode não ser para o outro. Em qualquer relacionamento, seja profissional ou pessoal, comunicar com clareza as suas intenções e desejos é fundamental. Isso permite que ambas as partes alinhem expectativas e prioridades com relação aos objetivos em comum, o que evita frustrações futuras.

3 – Transforme reclamações em pedidos


Toda reclamação é na verdade um pedido disfarçado. Onde existe uma insatisfação há um pedido de ajuda ou um desejo de mudança, e esse desejo precisa ser comunicado através de um “pedido”, e não de uma reclamação.

Por exemplo, se você se irrita no trabalho porque o seu colega desorganizado sempre traz pedidos urgentes que poderiam ser melhor atendidos se fossem trazidos com antecedência, então você diz: “Olha, assim não dá, eu não tenho a mínima obrigação de atender a seus pedidos urgentes a todo momento”. 

Mas, que tal dizer: “Eu gostaria que pudéssemos trabalhar desta forma”, pois acredito que assim nosso trabalho será concluído mais rápido e de maneira mais eficiente, o que será bom para ambas as partes. Podemos falar sobre isso?”?

Veja esse outro caso: O marido trabalha demais, chega em casa sempre exausto, toma banho e vai direto para o sofá. Por outro lado, a esposa também trabalha demais, cuida das crianças e da casa, mas quando vê o marido no sofá enquanto lava a “pilha de louça”, fica irritada.

Ela não verbaliza a sua reclamação, mas faz de outra forma: Se cala, fecha a cara, começa a bater os pratos na pia e passa a dar respostas curtas e grossas quando o marido fala com ela. Ele não entende o que está acontecendo, se sente ofendido, e também se cala, fica irritadiço e começa a ser grosseiro com ela também. Os dois vão dormir sem se falar.

Seria muito mais simples se a esposa fosse sincera e dissesse: “Também estou muito cansada, você poderia me ajudar com a louça, assim eu termino isso mais rápido e teremos mais tempo para ficar juntos?”.

Reclamar sugere transferência de culpa. É quase como dizer “você é culpado pelo que está acontecendo”, e isso coloca a outra parte na defensiva. E quando estamos na defensiva não queremos escutar, mas apenas nos defender, e nessa tentativa de defesa algumas pessoas se tornam agressivas, destruindo a comunicação e qualquer possibilidade de entendimento.

Não reclame, simplesmente peça com clareza, e melhor ainda, sempre que possível com carinho e respeito. Da mesma forma, ao ouvir uma reclamação, não entre no modo defensivo, como se estivesse sofrendo um ataque. Procure entender qual é o pedido por trás da reclamação. Faça perguntas. Facilite a comunicação e o entendimento.

Obviamente há muitas outras coisas que você pode fazer para facilitar a comunicação e melhorar os seus relacionamentos, e a ideia aqui não é esgotar o assunto, mas apenas te convidar a refletir sobre a maneira como você está se relacionando no trabalho ou em casa.

Coloque em prática a estratégia básica em três passos: escuta empática, clareza e transformando reclamações em pedidos. Com isso, você perceberá uma melhora significativa em seus relacionamentos. 

Caso não seja suficiente, entre em contato com o seu coach, agende a sua sessão inicial e exponha suas dificuldades. O processo de coaching certamente apoiará você a alcançar resultados extraordinários.



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