No filme Troia, de 2004, o guerreiro grego Aquiles (Brad Pitt) encontrou o príncipe troiano Heitor (Eric Bana). O dono do famoso calcanhar identificou, no entanto, que aquele ainda não era o momento de matar o rival. E recomendou: "Beba vinho. Faça amor com sua mulher".

Aquiles era extremamente poderoso e Heitor sabia disso. Tanto é que ouviu o conselho do inimigo. Para saber como foi essa batalha específica, sugiro assistir ao filme. O que todo mundo sabe é que, no final da guerra, um único ponto fraco foi suficiente para matar Aquiles.

Um dos ensinamos que podemos extrair dessa história é o fato de que o grego tinha muita autoconfiança. Isso ficou evidente por causa da frase que abordou "vinho e amor".

O filósofo Mario Sergio Cortella costuma afirmar que a melhor maneira de ficar vulnerável é você supor que é invulnerável. Para mim, isso significa que, toda vez que pensarmos que não há riscos em uma determinada operação, precisamos lembrar do calcanhar de Aquiles.

Fazer a pergunta interna "qual é o meu calcanhar de Aquiles?" é um sinal de prudência. Enfrentar a cegueira natural de quem sempre confia no que faz é imprescindível. Companhias gigantescas foram para o ralo por questões parecidas. Profissionais maravilhosos também.

No livro "Qual é a tua obra?", Cortella conta a história do General Sedgwick. Ele morreu na guerra civil norte-americana, em 9 de maio de 1864, com um tiro no olho esquerdo. As últimas palavras dele foram: "Imagine, eles não acertariam nem um elefante desta dist...".

O outro ensinamento que podemos tirar do filme Troia é a recomendação "amor e vinho". Minha avaliação é que Aquiles recomendou isso para Heitor para que ele pudesse se despedir do que realmente importava na vida. Essa frase nunca saiu da minha cabeça.

É claro que havia uma boa dose de ironia. Afinal, os dizeres foram de um inimigo para outro. Mesmo assim, a análise é válida. Outra questão importante é que não precisamos, necessariamente, entender "amor e vinho" de maneira literal.

Talvez você não beba. Talvez não seja casado. Ou os dois. O importante é perguntar o seguinte: se você fosse Heitor e Aquiles tivesse que te recomendar uma "despedida", que itens fariam parte desta lista? Será que dá para colocar em prática sem ser ameaçado de morte?

Se você fosse Heitor, o certo seria ainda questionar: "Puxa vida, será que esse grande, maravilhoso, poderoso e incrível guerreiro não tem um ponto fraco do qual eu posso me beneficiar?". Quem sabe ele poderia fazer amor e beber vinho por muito mais tempo.



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