Um dos pilares centrais da minha linha de trabalho é a questão dos valores. Entretanto, a maioria dos clientes chegam até mim com uma noção vaga ou até mesmo equivocada acerca deste conceito. Alguns confundem valores com virtudes, tais como generosidade, compaixão, honestidade, etc. Outros acreditam que valores dizem respeito a como a pessoa se enxerga e como ela enxerga os outros.

Ambas as visões têm certa pertinência, porém são apenas facetas, possibilidades. Uma virtude pode ser sim um valor, mas também pode não ser. A forma como você se enxerga e enxerga os outros reflete sim os seus valores, mas nem sempre revela os valores em si.

O conceito de valor é, na verdade, bem fácil: algo que você valoriza. Entretanto, por ser um conceito tão abrangente, a maioria das pessoas tem dificuldade em identificar os próprios valores. Eles podem ser coisas tão concretas quanto "ter o carro do ano", ou tão abstratas quanto "ser uma pessoa de sucesso". Podem ser tão simples quanto "chegar em casa do trabalho e passar tempo com meus filhos", ou tão complexos quanto "viver de forma equilibrada em todas as áreas da minha vida".

Em ambos os exemplos, coloquei propositalmente pares de valores parecidos. O que diferencia um valor do outro é a riqueza da subjetividade – e é aí que está a chave para entender a questão. O que você valoriza é unicamente seu, pois vêm do seu âmago, construído pela sua história e pelas suas escolhas.

É bastante comum encontrar pessoas vivendo por valores que não são delas, ou que às vezes até são, mas não são os valores que ela mais preza. Isso acontece porque, em geral, temos pouca clareza acerca dos nossos valores e dos respectivos pesos. Muitas vezes, a pessoa já construiu toda uma vida em torno de valores secundários, e não é da noite pro dia que as coisas vão mudar. Nestes casos, a mudança tem que ser construída aos poucos, de forma viável e sustentável dentro da realidade do cliente.

O primeiro passo é, previsivelmente, o autoconhecimento. Todos nós temos uma infinidade de valores – são tantos que seria praticamente impossível fazer uma lista completa. Entretanto, cada um de nós possui certos valores que estão associados a necessidades fundamentais – como amor, pertença, autoestima e realização.

Quais valores são centrais para a sua existência e responsáveis pela sua felicidade?

E o que você valoriza atualmente, vivendo da forma que vive?

Quanto mais próximas forem as respostas destas duas perguntas, maior tende a ser o grau de felicidade de uma pessoa. Chamo esta correlação de plenitude, que é o objetivo final do meu trabalho.

Se você tem curiosidade de se conhecer um pouco melhor, recomendo a avaliação de valores de Richard Barrett, um dos maiores especialistas do mundo no assunto. Ela está disponível gratuitamente na página Barrett Values Centre.



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