No filme “O homem que mudou o jogo”, o assistente Peter Brand (Jonan Hill) afirma que “as pessoas são desvalorizadas por uma série de motivos pré-concebidos e falhas percebidas: idade, aparência, personalidade”. O roteiro é baseado em fatos.

O longa relata como o time de basebol Oakland Athletics usou estatísticas para formar uma equipe competitiva. O gerente geral Billy Beane (Brad Pitt) encontrou o jovem auxiliar durante uma reunião com dirigentes concorrentes. Identificou o talento e o levou para o clube.

Peter Brand fez uma explicação interessante: “Dentre os 20 mil jogadores que podemos considerar, eu acredito que há um time campeão de 25 jogadores que podemos pagar porque os outros times os desvalorizam. É como uma ilha de brinquedos rejeitados”.

Para que possamos identificar talentos, precisamos estar atentos a detalhes que ninguém mais vê. As pessoas ficam cegas, por exemplo, com a questão da formação. Disse um milhão de vezes e não me canso de repetir: o certificado sozinho não significa nada.

Já passou da hora de olharmos para o diploma da vida. Nem sempre podemos recorrer às estatísticas para isso. No entanto, aquela pessoa quieta no canto da sala pode ser a peça fundamental que sua equipe precisa para obter excelentes resultados. Veja os sinais.

Olhar para a prata da casa é mais do que uma estratégia. Trata-se de uma questão de responsabilidade. Gosto de acompanhar o futebol numa época sem jogos, que é a virada do ano. Isso porque acredito que as decisões que os clubes tomam nos trazem lições.

Com muita frequência, é claro, o aprendizado é sobre o que não fazer. Mesmo assim, vale a pena prestar atenção. Um indicativo de que um time terá bons resultados é quando foi terceiro colocado no campeonato do ano anterior sem jogar bem.

Nesse caso, penso que é preciso fazer contratações pontuais ou promover jovens da base para assumirem posições que mostraram problemas. Isso sem modificar muito o escopo da equipe. E, eventualmente, trocar o técnico por outro que possa extrair mais rendimento.

Outro ponto interessante é quando uma grande estrela está disposta a atuar conosco por motivos que vão além do dinheiro. Em entrevista para a ESPN Brasil, o lateral Daniel Alves afirmou que Pep Guardiola estava disposto a aceitar um convite para treinar a Seleção.

Muitos o consideram o melhor técnico do mundo. Para se ter uma ideia, ele era o treinador dos times que formaram a base para as duas últimas seleções que foram campeãs da Copa. O atleta disse que ele tinha inclusive uma escalação formada na cabeça. Não foi convidado.



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