Treinar para conversar com pessoas difíceis é muito fácil. Basta olhar para a parede, dar um conselho para ela e esperar uma resposta. Há quem perca o fôlego na tentativa de convencer alguém de que o caminho que tomou é destrutivo. Haja saliva e paciência.

Certa vez, num debate na aula de Psicologia da Comunicação, perguntei para a professora se pessoas difíceis poderiam mudar. Ela respondeu que não mudam porque não querem. E ponto. Então, cheguei à conclusão de que não vale a pena perder a voz com isso.

Em muitos casos, as pessoas difíceis estão próximas de nós. É gente que conta com todo o nosso apreço. Neste caso, penso que é preciso escolher o amor em detrimento do conflito. Isso exige maturidade, sim, mas várias situações na vida pedem o mesmo, não é?

Li em algum lugar que, às vezes, a melhor maneira de provar que uma pessoa está errada é deixá-la seguir o próprio caminho. Como não existe verdade absoluta, podemos perceber que o outro até nem estava tão “fora da casinha” assim. Ou confirmamos de vez nossa opinião.

A coach Marie Forleo acredita que as pessoas estão mais propensas a seguir nossas ações do que nossas palavras. Portanto, conforme essa tese, o legal é colocar em prática aquilo em que acreditamos e deixar que os resultados falem por nós.

Caso os efeitos não sejam os esperados, penso que precisamos ser os primeiros a dizer que erramos. Dessa forma, mostramos para as pessoas difíceis que sabemos reconhecer nossas falhas e que estamos preparados para mudar quando necessário.

Durante a semana, troquei palavras com uma jornalista que falou sobre crise existencial. Ela afirmou que está numa fase de avaliar se está no caminho certo. Para mim, fazer essa análise de maneira periódica é um sinal de responsabilidade. Só gente comprometida pensa assim.

Tão importante quanto estar bem hoje é perceber que estamos nos trilhos corretos. Isso é ter foco na sustentabilidade. Quando percebemos que, por algum motivo, não estamos no caminho certo, temos que tomar uma decisão importante.

Isso porque adaptar o rumo coloca em risco o padrão de vida, a credibilidade diante das pessoas e o status. Porém, uma frase do coach Alexandre Prates foi esclarecedora para mim: “É melhor 10 anos de recessão do que uma vida inteira de frustração”.
Para não perder o pouco que têm, muitas pessoas simplesmente não se movem. Preferem permanecer onde estão a viver a tentativa árdua de ter o trabalho dos sonhos, por exemplo. A situação pode se tornar irreversível. O tempo cobra o preço.


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