Quando fiz minha certificação internacional pela SLAC, ouvi muitas vezes da minha treinadora “coach não aconselha, coach não induz, coach não orienta”. Entendia perfeitamente que essa orientação se relacionava ao “olhar de fora” que precisamos ter em relação aos clientes.  

Me lembro perfeitamente do primeiro exercício prático em sala sobre a estrutura do diálogo em coaching, eram apenas 05 minutos para fazer perguntas a 01 colega e esses minutos levaram uma eternidade, pois a cada frase dela a vontade de tentar entender mais profundamente a situação ou de dizer porque você não tenta de outro jeito era imensa.

Hoje, após alguns quilômetros rodados compreendo perfeitamente esse mantra: “o coach não aconselha, coach não induz, coach não orienta”. As respostas aos nossos questionamentos vêm de nós mesmos, só nós sabemos o que se passa por dentro e por fora na nossa realidade. 

Quando alguém diz “você precisa fazer isso...” você pode até fazer, mas não vai ter o mesmo impacto da percepção pessoal de que algo precisa ser feito, nas palavras de John Whitmore: “Quando quero, desempenho melhor do que quando preciso. Quero para mim, preciso para você.”

Tive um coachee que chegou com sua meta super definida, e iniciamos o processo de forma muito tranquila e racional – planos de ação semanais super elaborados, tudo correndo as mil maravilhas até a sessão que ele tomou consciência de que era preciso alinhar o que realmente queria para sua vida à sua meta. 

Ele estava focado no que achava que precisava fazer, como se aquilo fosse uma competição de quem realiza mais tarefas. Quando percebeu que seus planos de ação estavam sendo feitos por fazer, ele tomou consciência que era preciso mudar, não só a forma de realizá-los, mas também se envolvendo mais profundamente com aquilo que gostaria de alcançar ao final do processo de coaching

Nesse momento, ele conseguiu ter consciência da relação de suas ações com sua meta e principalmente da responsabilidade dele para o sucesso final. 

Se eu tivesse lá no início do processo dito a ele que aquela forma de lidar com seus planos de ação não trariam os resultados esperados, ele provavelmente não acreditaria ou talvez tentasse se envolver mais, mas o efeito não seria o mesmo da sua autopercepção.  

Acho importante trazer esses exemplos para ilustrar como é a atuação do coach, é sempre orientada por uma meta, focada na solução e na prática consiste numa relação onde alguém pergunta e outro alguém responde, sem juízos de valor ou influencia para esse ou aquele caminho.  

Na primeira conversa sobre o processo de coaching com meus futuros clientes, gosto de deixar esses pontos bem claros. Costumo fazer a seguinte analogia, vamos dizer que o processo de coaching é uma estrada até seu sonho, eu vou acompanhar você neste caminho, mas sem dar qualquer palpite ou opinião sobre a sua rota, vou do seu lado lançando a luz da minha lanterna para onde você pedir e assim te apoiar a enxergar melhor a estrada! 

Infelizmente hoje temos muitos profissionais no mercado oferecendo soluções rápidas e fórmulas mágicas que enquadram e resolvem qualquer problema. Em sua maioria, esses profissionais estão oferecendo consultoria, uns a autoajuda, outros aproveitando-se das pessoas utilizando o nome “coaching”. 

Para cada demanda existe um serviço especializado e mais indicado. Então, o mais importante é ficar de olho!



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