Dia desses, vi uma frase interessante. Alguém publicou que já não era como um ano atrás. Pediu para se apresentar novamente e disse: “Prazer. Esta é a minha nova versão”. Isso significa que quem conhecia essa pessoa antes, já não conhece mais.

Lembrei-me de uma palestra bacana do filósofo Mario Sergio Cortella. Ele acredita que somos como livros. A cada ano, podemos estar em uma versão revisada, ampliada (sem brincadeiras com o peso, por favor) e melhorada. Digo “podemos” porque nem sempre isso acontece.

Quando o assunto é o nosso interior, minha humilde avaliação é que cada ser humano deve fazer uma análise constante das próprias ações e identificar oportunidades de melhoria. Em relação aos outros, penso que é preciso perdoar possíveis ofensas.

O perdão é importante porque damos aos nossos pares a margem de que precisam para apresentar ao mundo essa nova versão, revisada, ampliada e melhorada. Se quisermos ser perdoados por coisas que fizemos, temos que ser flexíveis em troca.

A grande pena é que são poucas as pessoas que identificam no tempo uma chance de renovação. Há uma frase do projeto Geração de Valor, do grande Flávio Augusto da Silva, que diz: “Ajudar quem não quer ser ajudado é inútil”. Pura verdade.

É que, muitas vezes, colegas e familiares sinalizam para alguém que o caminho que está a trilhar é prejudicial. Com frequência, os conselhos são ignorados. O ser humano dá com a cara no asfalto e ainda tem a coragem de soltar a seguinte frase: “É que não tive apoio”.

Isso me faz lembrar de uma história que ouvia quando era criança. Um padre estava em cima de uma igreja, numa cidade que sofria com uma severa enchente. Quanto mais a água subia, mais as pessoas pediam para ele sair dali e fugir, mas o argumento era sempre o mesmo.

“Deus vai me salvar”, dizia, confiante, o religioso. Apareceu uma equipe com um bote e ele recusou a ajuda com o mesmo argumento. Surgiu um helicóptero e, mais uma vez, disse não, porque Deus iria salvá-lo. Outras tentativas ocorreram, sem sucesso.

A água alcançou o topo da igreja e o padre morreu afogado. Quando chegou lá em cima, cobrou de Deus: “Poxa, eu confiei que o Senhor iria me salvar. Eu tive fé. Por que me deixou morrer? Todo mundo deve estar a rir de mim e de minha crença”.

Ao que o Criador respondeu: “Meu filho, mandei o bote e você recusou. Mandei o helicóptero e você recusou”. Há pessoas que são como uma parede. Ignoram qualquer ajuda e não procuram se renovar. Parei de ajudar quem não quer. Em vez disso, escolhi o amor.



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