Uma das cenas que mais gosto no filme “A Rede Social”, que aborda o surgimento do Facebook, é aquela em que Mark Zuckerberg é rejeitado pela menina que gostava. Foi pedir desculpas por ofensas que colocou em um blog e levou um chega pra lá.

Em seguida, o empreendedor olhou para o sócio, Eduardo Saverin, e afirmou: “Temos que expandir”. Até então, o acesso ao Facebook só era permitido para quem tinha e-mails @harvard.edu. Com o fora que levou, Zuckerberg ficou instigado a ampliar o negócio.

Foi neste momento que estendeu a rede social para e-mails de outras universidades e selecionou uma equipe para trabalhar com ele. No caso da menina que o rejeitou, Erica Albright, havia motivos para mágoa. A personagem não fez isso porque era má.

Refiro-me a ela como “personagem” porque muitas situações relatadas no filme não foram confirmadas pelos envolvidos. De qualquer maneira, citei esse trecho para vinculá-lo a um comentário que o jornalista Luiz Carlos Prates fez sobre uma dura realidade.

Para o comunicador, em muitas oportunidades, os seres humanos desejam o mal para o próximo. E nem sempre existem motivos plausíveis para isso, ao contrário da cena que relatei. O curioso é que alguns não conseguem disfarçar os pensamentos. Deixam transparecer.

Nessa situação, penso que devemos fazer como Mark Zuckerberg. É preciso expandir. Mesmo que não tenhamos algo tão fantástico como o Facebook nas mãos, a ideia é prosseguir, apesar de pessoas azedas que às vezes surgem em nossos caminhos. Elas não merecem nossa derrota.

Lembro-me de uma declaração interessante do ator Dan Stulbach, em um debate da ESPN Brasil, se não me engano durante a Copa do Mundo de 2014: “O brasileiro tem uma relação cruel com o bem-sucedido, com o talentoso”. Como vamos construir um país melhor assim?

É triste perceber que alguns indivíduos optam pela amargura, não celebram as vitórias de conhecidos e, ainda por cima, desejam o mal para quem tenta ter realizações importantes. Essa mesma energia poderia ser dedicada a encontrar o próprio caminho.

Li em algum lugar que, quando temos uma expectativa, geralmente ela se confirma. Isso porque vamos tentar nos convencer por A mais B de que estávamos certos. Se condenarmos uma pessoa sem conhecê-la, com certeza haverá mil argumentos para justificar essa opinião.

O mundo pode e deve ter inúmeros ganhadores. Se tivermos mente aberta, podemos encontrar os parceiros corretos para um crescimento conjunto. Cansei, sinceramente, dessa história de olhar todo mundo como concorrente. Somos maiores do que isso.



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