Fico impressionado com pessoas que parecem adorar lamentações. Dá até para ver a frustação quando a resposta para a pergunta “como estão as coisas?” é “está tudo ótimo”. Inicie um assunto positivo e ele dura cinco minutos. Comece a lamentar e a conversa vai longe.

É incrível como alguns seres humanos conseguem cair na besteira de se alimentar com assuntos negativos, com coisas ruins. Por mais que a vida seja difícil, trata-se de uma opção. Quem quiser, consegue mudar a forma como vê o mundo. Tem que querer.

É claro que há uma diferença entre desabafar pontualmente com um parente ou com um amigo e adotar as lamentações como um estilo de viver. Tem gente que só tem reclamações na ponta da língua e só espera ouvir isso dos outros.

As pessoas que adotam uma filosofia mais positiva fogem de cidadãos assim porque eles sugam a energia. Você sai da conversa borocoxô. O pior é quando se percebe que o outro passou a se sentir melhor depois de ter agido como sanguessuga. Aí é complicado!

Outra mania desgraçada é falar mal dos outros o tempo todo. Já vi rodas de bate-papo com 15 ou 20 indivíduos, criadas apenas para isso. O que poucos sabem é que há técnicas para descobrir se estão a falar de você e o tema do momento.

A regra número um é ouvir os comentários das crianças que convivem com pessoas venenosas. Não é preciso instigar e nem perguntar. Os pequenos trazem o assunto de forma espontânea e, às vezes, criam uma saia justa da qual é difícil sair.

Outra dica é observar as perguntas que te fazem. Você vai a um ambiente cheio de gente conhecida e recebe o mesmo questionamento umas quatro vezes, em momentos diferentes e de pessoas diferentes. Não restam dúvidas: passaram a semana inteira a falar sobre aquilo.

Há também os que amam a desgraça. Ouvi o relato de um senhor que corria esbaforido para ver um acidente de trânsito que ocorreu próximo de onde estava. O sorriso no rosto demonstrava a satisfação por ter um assunto “excelente” para comentar logo de manhã.

Uma situação que virou comum até entre pessoas que gosto e admiro é o compartilhamento de fotos e vídeos de tragédias pelo WhatsApp. Entendo que nem sempre é por mal, mas precisamos nos colocar no lugar dos familiares das vítimas.

Nestes casos, precisamos pensar como reagiríamos se o cidadão exposto fosse nosso ente querido ou um grande amigo. Quem sempre envia esses arquivos não terá direito de reclamar depois. Penso que já passou da hora de agirmos de maneira mais coerente.


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