Em 2013, a ideia de fazer umprojeto voluntário na rede pública de ensino nasceu logo que eu havia passadopelo processo de formação em coaching, pela primeira vez. Um daqueles momentos,que definimos como insight, surgiu naquela ocasião. A vontade de mudar o mundoe o despertar da minha missão, contribuíram para o início de uma jornada com osjovens.

Apesar de não ser uma tarefasimples conseguir um espaço para divulgação do coaching, principalmente, porquea maioria das pessoas, distantes do mundo corporativo, desconhecem essa palavrae o poder que ela exerce na vida daqueles que permitem sua entrada, as escolaspúblicas de minha cidade natal, Juiz de Fora, estavam sim abertas a esseprojeto empreendedor.

Desde então, inicialmente, realizeivárias palestras, através do Projeto Carreira, voltadas para os jovens comidade acima de 14 anos, com o foco no conteúdo de carreira. Os pontos fundamentaistrabalhados eram: despertar nos jovens a sua missão de vida, para aprender adescobrir aquilo que realmente gostam de fazer; ajudá-los a iniciar um plano deação para tirar seus sonhos do papel e vivenciá-los um dia; apresentá-los asprofissões que existem no Brasil; oferecer estratégias de como criar umcurrículo e como se candidatar a uma vaga ofertada; como se comportar em umaentrevista de emprego;  informações sobrecomo ingressar no programa jovem aprendiz; e o comportamento do jovem nas redessociais. Ufa! Foram muitos assuntos para uma palestra! Não acham?

Então ao longo do tempopercebi que esse projeto precisava de um espaço maior e também aproximar,primeiramente, dos jovens que estavam saindo do ensino médio para enfrentar apróxima realidade fora da escola.

Apresentar algo novo paraalguém demanda um tempo de qualidade. Quando estamos voltados para oautoconhecimento constante e focados na melhoria de algo, inevitalmente, ascoisas começam a acontecer, porque consentimos.

Vamos combinar que é muitofácil ficar reclamando de problemas sociais através de dados e estatísticas damídia sobre o mundo dos jovens relacionado à violência, drogas, problemas derelacionamento, falta de perspectiva, entre outros. Só que uma dessas pesquisaschamou a minha atenção, e decidi fazer algo para mudar um pouco dessa história.Trata-se de uma pesquisa realizada pela Consultoria Santo Claos – Como osJovens das classes C e D gastam seus salários, divulgada em diversos veículosde comunicação, como, Folha; G1, Exame: resumindo: 56% desses jovens gastam osseus salários com lazer e bens de consumo - sendo que 80% deles estão em cargossubordinados e apenas 7% pensa em umplano de carreira. Ou seja, poucos pensam num futuro, e outro detalhe é quea maioria não ficava mais de 1 ano na mesma empresa. Por isso, pensei em ver deperto essa realidade e ajudá-los para que se preparassem melhor para essa novafase.

Foi então que tive meu 2ºinsight, em 2014. Pensei, por que não criar um projeto com etapas para falarsobre todos esses assuntos com mais tempo, maior qualidade de informação, maiorinteração com os jovens e com a direção da escola, proporcionando a eles umapossibilidade de perspectiva futura com um novo olhar? Claro que sim. Então,esbocei o primeiro projeto com o nome: Projeto Coaching Carreira: Sim, você podeprogramar o seu futuro!; e iniciei numa Escola Estadual de Juiz deFora, com a ajuda de minha irmã, para que conseguisse acesso à escola, já queela cedia algumas de suas aulas, afinal precisava de ter networking paraapresentar o projeto à direção.

O engraçado quando iniciamosum projeto assim, todos a nossa volta ficam empolgados, sem exceção, e muitosquerem fazer parte, no entanto, levar o projeto adiante depende de algumas variáveis,como por exemplo: apoio da direção da escola, conciliação de agenda pessoal e trabalho,participação efetiva dos alunos, parceria com os professores e supervisão daescola... E como tudo que é feito pela primeira vez é mais complicado, não foicomo imaginado. Pelos fatores citados anteriormente, então, em 2015, congelei oprojeto piloto no 4º encontro.

Contudo, a vontade de fazeralgo era tão grande que em 2016 decidi me dar uma nova oportunidade, com umpouco mais de experiência que aprendi no projeto piloto, então havia decido quepara ingressar em uma escola teria que ter a participação efetiva da direção damesma, sem essa variável, ficaria impossível. Pois precisávamos estarintegrados com a escola, afinal a direção precisa comprar a ideia e se integrar.Se toda a ajuda é bem vinda, precisamos dar significado autêntico mesmo queseja voluntário. Então, em fevereiro de 2016, com o meu “networking familiar”fui para uma nova escola de Juiz de Fora e a diretora me recebeu; nesse momentotraçamos pontos fundamentais para que o projeto acontecesse, (aquelas variáveisjá citadas anteriormente), além de decidir fazer com apenas 1 turma de alunosdo 3º ano do ensino médio, afinal precisava de ter foco.

Foram ao todo, 10 encontros,e finalizamos em 05 de setembro desse ano. O aprendizado foi imenso, todos osencontros foram oportunidades de ensinar aos alunos a pensar e refletirutilizando os seus próprios conceitos; valorizando a opinião de cada um;respeitando as ideias e conceitos individuais; vibrando com cada conquista decrescimento deles, enfim, foram vários benefícios.

Claro que as dificuldadesexistem, porém, não podemos desistir, e o fato de presenciar a evolução de cadajovem no decorrer do projeto é um fator emocionante, o despertar dos potenciaisinternos de cada um, que através de perguntas poderosas acionam o pensamentocrítico e reflexivo é um ganho inestimável para esses adolescentes proporcionadopelo coaching.

O próximo ano para eles serádiferente sim porque não estarão mais na escola, alguns irão para a faculdadeoutros irão procurar um emprego, no entanto, eles terão a consciência de queeles podem sim programar seu futuro e que podem traçar metas ao longo de suasvidas. Ao todo foram 37 alunos que participaram desse último projeto. Desde de2013 até o momento, mais de 100 alunos já tiveram a oportunidade de ouvir sobrecarreira e sobre o coaching, mesmo que breve.

Esse foi alguns dosdepoimentos deles:

...Eu achei o projeto uma coisa boa para mim, pois a partir de agoramudarei minha percepção de vida e também de experiência profissional. Sendoassim, muito obrigada por ampliar meu horizonte e meu ponto de vista.” ;

“ O projeto me ajudou a pensar melhor no meufuturo e a me organizar melhor em relação à minha carreira profissional. Gosteibastante do projeto e espero que ele continue ajudando jovens  a pensar melhor no seu futuro profissional e pessoal assim como me ajudou.”