Podemos conhecer as regras básicas que regem a comunicação, as quais passaremos a descrever a seguir.

A primeira regra que rege a comunicação é que todo comportamento é uma forma de transmitir uma mensagem, ou seja, mesmo que nada seja dito, sempre haverá algo a ser informado. 

Como assinalaram os autores: “O comportamento não tem oposto, por outras palavras, não existe um não comportamento ou, ainda em termos mais simples, um indivíduo não pode não se comportar... não se pode não comunicar”.

Por exemplo um esquizofrênico delirando está comunicando algo. Um monge budista em meditação está comunicando algo. Problemas familiares como alcoolismo, dependência química, baixo rendimento escolar, atos de rebeldia ou delinquência, crises histéricas, tiques, cacoetes, entre outros, são sintomas ou sinais que querem comunicar algo, que necessitam dizer algo, mesmo que isto não seja verbalizado.

Podemos até dizer que “quando a boca cala, o corpo fala”. Quando as emoções não são expressas, ou nossos sentimentos não são validados, quando crises não são resolvidas e temos que guardar segredo de coisas e fatos que não estamos gostando e querendo, quando mecanismos de defesa psíquica são doentiamente exacerbados, podemos chegar até a adoecer por conta disto.  Daí decorre a grande quantidade de doenças psicossomáticas nos dias atuais.

A segunda regra refere-se a que toda comunicação tem dois elementos: o conteúdo e a relação entre as pessoas que se comunicam. O conteúdo é a mensagem que queremos informar e transmitir. Por mensagem podemos entender o conteúdo informático que estamos querendo transmitir ao próximo. 

É a mensagem, que é uma unidade comunicacional isolada. No que tange à importância da relação, no qual é justamente a interação entre duas ou mais pessoas, se refere ao “como e quando” elas se comunicam. Podemos inferir que “a uma série de mensagens trocadas entre as pessoas chamaremos interação”.

Em um diálogo, a pessoa A se comunicará com a pessoa B, e dessa forma o indivíduo A causará efeitos no indivíduo B. Por sua vez, tudo o que a pessoa B fizer em resposta, influenciará a pessoa A e as comunicações seguintes. Além disso, esses indivíduos são influenciados pelo contexto em que as interações que ocorrem está inserido, incluindo o meio, a cultura, os hábitos entre outros.

“Quando uma pessoa se comunica com outra, está oferecendo uma definição de si mesma ao interlocutor e espera uma resposta, seja ela verbal ou gestual.

Estamos sempre dando pistas aos outros de nossa identidade, de quem somos, de como nos vemos e estamos querendo saber como o próximo nos vê. Nos observamos através dos olhos dos outros e precisamos deles para nos conhecer e nos sentir vivos, e isto é uma das bases da comunicação.

“A percepção dos limites do eu e do outro configura-se como condição básica para a comunicação bem-sucedida.” Para nos comunicarmos de forma eficaz, é necessário saber quem somos, quem são os outros, nossos limites, nossas crenças, valores e realidades.

A terceira regra se refere ao fato que toda comunicação depende da pontuação que se dá à ela. “Para um observador externo, uma série de comunicações pode ser vista como uma sequência ininterrupta de trocas. E os participantes da interação, do diálogo, se sentem quase que obrigados a manter a troca de mensagens, esta influência mútua faz parte do convívio saudável entre as pessoas.

A quarta regra da comunicação se refere que a comunicação pode ser simétrica ou complementar.  A primeira se baseia na semelhança e igualdade entre os comportamentos das pessoas enquanto a complementar se fundamenta na diferença e sua evidenciação entre os comportamentos.

Como vimos, a comunicação é muito complexa e devemos entendê-la como um processo de interação. Ela é o veículo dos fenômenos e comportamentos humanos e transmite as informações necessárias para enfrentarmos as tarefas e desafios do dia a dia.



Informamos que esse texto é de inteira responsabilidade do autor identificado abaixo.