Fui fazer minha caminhada no domingo de manhã. Chovera de maneira torrencial nos dias anteriores e aquele sol trouxe o alívio. No caminho até a praça, familiares chegavam para almoçar nas casas da redondeza. Deu para perceber que o assunto principal era a chuva.

Um anfitrião abriu a porta para convidados que acabavam de chegar. Depois de cumprimentá-los, afirmou: “Graças a Deus o sol voltou. Está tudo mofado. Mais um pouco e a gente virava sapo”. O outro respondeu com um “pois é” e mencionou algum dano que as águas causaram.

Cheguei ao meu destino, entrei no ritmo da caminhada e passei a observar como aquela situação toda tem a ver com nossas vidas. A grama não estava apenas molhada, mas com água acumulada. Havia várias poças e, às vezes, as pessoas precisavam dar um pulo para escapar.

Fico triste por quem fica sem abrigo, perde entes queridos e tem prejuízos em função da chuva. Para essas pessoas, a realidade é muito mais complicada. Porém, em geral, é interessante perceber que o sol sempre traz uma esperança de que as coisas vão se ajeitar.

Não pude resistir e lembrei-me dos versos cantados por Renato Russo: “Mas é claro que o sol / Vai voltar amanhã / Mais uma vez, eu sei / Escuridão já vi pior / De endoidecer gente sã / Espera que o sol já vem”. Todos nós passamos por momentos de escuridão, não é mesmo?

Pois bem. Penso que o melhor a fazer nesses momentos de escuridão é saber que o sol vai voltar sim. E será uma oportunidade maravilhosa para que possamos colocar o trem nos trilhos novamente e seguir em frente nessa jornada milagrosa que é a vida.

Às vezes, a tormenta pode vir de propósito, que é quando nos arriscamos para empreender, para fazer algo de diferente. Pode até não dar certo, mas como você reagirá, daqui a alguns anos, quando se der conta de que não tentou? Isso precisa ser colocado na balança.

Para não ter que enfrentar o medo, muitas pessoas preferem permanecer no nublado para o resto da vida. Para resolver esse dilema, quero sugerir um exercício. Interaja com você mais velho. Feche os olhos e imagine: que conselhos o “você” de daqui a 10 anos te daria?

Reconheço que esse negócio de interagir com a gente mesmo mais velho parece coisa de maluco. Porém, fiquei estarrecido ao conhecer uma pesquisa feita por uma universidade norte-americana. Com um efeito de computador, a pessoa se via como idosa na tela.

O estudo descobriu que as pessoas que interagiram com suas versões mais velhas estavam mais propensas a investir em aposentadoria. Chocante, não é mesmo? Converse hoje mesmo com sua versão mais velha. Talvez ela recomende que você provoque uma tormenta.


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