Dizem, com relativa frequência, que precisamos aprender com os erros. Tão inteligente quanto isso é extrair lições das falhas dos outros. Esses ensinamentos podem vir por meio de diversas plataformas: uma conversa, uma palestra, um livro... Exemplos não faltam.

Tenho refletido sobre algo que vai além desse debate. Penso que as pessoas devem se antecipar e tomar a iniciativa de virar essa fonte de informações relevantes. No atual mercado de trabalho, percebo que está muito “cada um por si e Deus por todos”.

Já assumi vagas em que levei dois anos para ter clareza sobre assuntos que nem eram tão difíceis assim. No fim, só era necessário que alguém sentasse ao meu lado e explicasse tudo com a paciência necessária. Ou que respondesse corretamente, caso houvesse a pergunta.

Muitos são os motivos que levam indivíduos a darem metade da informação a novos colaboradores. Um deles é a preguiça. É frequente observar a rapidez com que algumas pessoas querem se livrar das tarefas. Parece que a cabeça está em outro lugar.

Outra motivação comum é espetacular, para dizer o mínimo. O sujeito só passa parte dos dados necessários porque tem medo de concorrente, pavor de sombra. Quem se garante contribui com o trabalho em equipe, sabe que essa “proteção” é absurda.

Trata-se de algo difícil de mensurar, mas tenho o palpite de que as empresas perdem milhares de reais todos os anos porque não existe uma cultura de repasse adequado de informações. Não vamos esperar que isso venha de cima para baixo. A iniciativa deve ser de cada um.

É claro que o mercado exige profissionais que aprendam rápido e que consigam se adaptar em situações adversas. Isso é básico, sem dúvida. Só acredito que podemos facilitar as coisas, encurtar o caminho, criar condições para que a pessoa já entre em um mecanismo consistente.

Uma terceira razão para não passar informações claras e completas é que, muitas vezes, o profissional designado para isso também não está suficientemente preparado. É triste. O bastão já é passado de maneira deturpada. Isso cria um vácuo grave.

Quando contribuímos para essa cultura de repasse adequado de dados, ajudamos a manter a saúde do negócio. A explicação é simples: perde-se menos tempo com esforço desnecessário (tentativa e erro) e menos equívocos são cometidos, o que significa menor prejuízo.

Em algumas ocasiões, o bom fluxo de informações não será suficiente para evitar deslizes; em outras, o sujeito não estará aberto a aprender com os colegas. Mesmo assim, existe um mar de problemas que podemos evitar, se tivermos força de vontade para isso.



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