O homem econômico é um personagem que habita os livros de Economia tradicional. Ele é extremamente inteligente, faz escolhas perfeitamente racionais, é capaz de olhar infinitamente à frente e pode também computar a utilidade dos objetos. Para os economistas, ele serve como um modelo de comparação para situações de tomada de decisões: dentre múltiplas possibilidades possíveis, qual seria a escolha lógica que um agente racional optaria?
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Um dos pressupostos lógicos para um modelo de agente racional é que ele tenha conhecimento do maior número de informações possíveis que possam contribuir para o sucesso na busca por seus objetivos. Ou seja, ele tem consciência das possibilidades de seu meio, de suas expectativas em relação ao futuro, dos riscos que elas implicam, de seus valores, de suas crenças etc.
Entretanto, seres humanos são muito diferentes disso. Somos emocionais, impulsivos, tomamos decisões das quais nos arrependemos mais tarde. Conseguimos valorizar a qualidade de coisas que trazem benefícios a longo prazo, mas frequentemente nos importamos apenas com o presente. Somos suscetíveis a cometer erros bobos por agir impulsivamente com base em nossas impressões.
Veja, por exemplo, o resultado de uma pesquisa conduzida em 2003 por Shane Frederick, em que, para um problema simples, diversas pessoas falharam em dar as respostas certas, pois agiram intuitivamente, e não racionalmente, como esperado pelo modelo de agente racional da Economia.
A pergunta feita foi: “um bastão e uma bola custam juntos $1.10. Sabendo-se que o bastão custa $1 a mais que a bola, quanto custa a bola? ”. Metade dos participantes responderam prontamente $0.10 e imagino que você possa ter pensado o mesmo. Pois $1.10 se separa naturalmente em $1 e $0.10, e $0.10 parece ser a resposta certa. Entretanto, claramente essas pessoas não testaram suas respostas antes de fornece-las e simplesmente aceitaram um julgamento plausível. (A bola custa $0.05 e o bastão $1.05).
Entretanto, ainda que não sejamos tão perfeitos quanto este modelo econômico sugere, podemos aceitar o pressuposto de que, quanto maior a consciência dos diversos fatores internos e externos relevantes à situação atual, mais capacitado ele estará para decidir. Pois ainda que não sejamos capazes de avaliar a situação com tamanha precisão, como se poderia esperar de um agente perfeitamente racional, seríamos mais capazes que alguém sem a mesma quantidade de informações.
E isso é exatamente um dos aspectos trabalhados em um processo de Coaching. Busca-se calibrar a percepção do sujeito de si mesmo e do ambiente à sua volta, de modo que ele possa perceber os recursos que possui e as opções possíveis para se agir. E, além disso, para ampliar esta percepção, pretende-se também que o sujeito estabeleça novas conexões e associações que contribuam criativamente para solucionar problemas e se aproximar mais eficientemente de seus objetivos. Pois é sob o conhecimento do maior número de fatores relevantes que se é possível tomar as melhores decisões.



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