Gostei de uma explicação que ouvi sobre a diferença entre um empreendedor e um administrador. A afirmação era de que o administrador tem a ideia de abrir uma barraquinha de cachorro-quente e começa a fazer uma série de cálculos.

Com o estudo pronto, ele chega à conclusão de que vai ter que vender aquele produto a uns 300 reais para ter lucro. Então, desiste. Já o empreendedor tem a ideia de abrir uma barraquinha de cachorro-quente, arregaça as mangas e abre.

O empreendedor nato, com o negócio em andamento, aprende com os erros e faz as correções necessárias para crescer de forma mais consistente. Antes que consultores do Sebrae queiram me matar, preciso ressaltar que o plano de negócio é fundamental.

Penso, no entanto, que iniciar um novo negócio requer uma dose maior de coração em comparação com a razão. É necessário ter coragem para seguir em frente diante de um cenário muitas vezes desanimador. E empreendedores têm a capacidade de correr riscos.

Uma questão que precisa ser observada é que, em muitos casos, a receita que fez com que a empresa se tornasse bem-sucedida pode não ser a mesma para mantê-la no topo. Agir com o coração o tempo todo mata o negócio, coloca em risco tudo o que foi construído até então.

Como abordar um empresário milionário, que iniciou como engraxate, e dizer para ele que o modo de pensar que o trouxe até aqui não serve mais? É uma situação delicada, mas muito comum no mercado de trabalho. Agir é imprescindível.

É bacana quando vemos um empreendedor dizer que quer contratar pessoas melhores do que ele. Num primeiro momento, pode parecer um discurso enfeitado, algo dito da boca para fora. Não é. Quando a iniciativa parte do próprio empresário, o caminho fica bem mais claro.

Profissionalizar é o caminho, claro, desde que com respeito às origens. Colaboradores precisam se colocar no lugar de quem ergueu um império e entender o quão complexo é largar o osso. Já os empreendedores devem ser flexíveis e abertos a ouvir mais.

Cidades inteiras precisam agradecer pela iniciativa de pessoas que não fizeram muitos cálculos antes de dar o primeiro passo. É maravilhoso perceber como o sustento de inúmeras famílias sai do que um dia foi apenas um pensamento, um sonho.

Preste atenção, por exemplo, nos imigrantes que têm chegado ao Brasil. Daqui a 30 anos, eles podem ser donos de empresas gigantescas, que farão a diferença em economias regionais. Nada muito diferente do que ocorreu no passado e que tem consequências até hoje.


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