Para tudo existem métodos, inclusive para a comunicação, aprendizado e ação.

Estudos de Neurociência e Programação Neurolinguística mostram que a nossas experiências não correspondem à realidade e, em consequência, nem tampouco nossas memórias correspondem à realidade.

A realidade que nos cerca é composta de 10.000 bits de informação, gerados a cada segundo, entretanto, somente "percebemos" e, em consequência, só conseguimos assimilar 40 bits de toda essa informação por segundo devido às nossas características físicas enquanto seres humanos.

E nós percebemos a realidade através de 5 modalidades sensoriais: Visual; Auditiva; Cinestésica; Olfativa; Gustativa.

Se isso não fosse o bastante, nossos pensamentos possuem duas camadas:

Estrutura profunda: quando pensamos sobre a experiência, distorcendo, deletando e generalizando, tentando dar significado à nossa percepção, filtrando informações segundo nossos pré-conceitos, aprendizados e experiências.

Estrutura superficial: é quando nos comunicamos de forma verbal ou não verbal sobre a experiência, também distorcendo, deletando e generalizando a experiência, filtrando informações segundo nossos pré-conceitos, aprendizados e experiências.

O que eu quero dizer é que há muito mais na realidade do que em nossas experiências e memórias. E muito mais nas experiências e memórias do que temos palavras para descrever, especialmente pelos filtros (pré-conceitos, aprendizados e experiências) e a dificuldade de trazer para a linguagem (córtex pré-frontal) o que é gerado à título de emoções e sensações (sistema límbico).

Agora, imagine a comunicação entre dois seres humanos.

Das comunicações, armazenamos cerca de 50 a 60% de informações não verbais, 20 a 30% sobre tons de voz e 10 a 15% sobre as palavras em si.

Ao vivenciar a experiência, absorvemos 40 bits de 10.000 e geramos pensamentos. Então falamos sobre esses pensamentos à outras pessoas, que, ao ouvir, passam por experiência absorvendo disso 40 bits de 10.000 e cerca de 50 a 60% de informações não verbais, 20 a 30% sobre tons de voz e 10 a 15% sobre as palavras em si, que, em consequência, geram pensamentos.

Agora, se essa 2ª pessoa falasse com uma 3ª sobre o que a 1ª disse a ela, o que você acha que essa 3ª pessoa na cadeia de conversas saberia realmente sobre a realidade vivenciada pela 1ª pessoa? Esse é o principal motivo das "falhas" nas comunicações, do famoso "telefone sem fio".

Agora, imagine as histórias passadas de pai para filho. As culturas. As lendas. Em que se baseiam? Como era a realidade original?

Daí a necessidade de um método efetivo de comunicação. Mas esses não são os únicos problemas na comunicação. 40 bits de 10.000, cerca de 50 a 60% de informações não verbais, 20 a 30% sobre tons de voz e 10 a 15% sobre as palavras em si é o máximo que percebemos e assimilamos.

Há ainda, evidentemente, diferenças no nível de atenção de cada um. E existem quatro tipos de atenção:

Atenção focada: uma resposta de curto prazo, que pode chegar a 8 segundos, para estímulos auditivos, táteis ou visuais muito específicos. Por exemplo, um telefone que toca ou uma ocorrência súbita podem fazer alguém se concentrar nisso por alguns segundos, mas em seguida voltar para a tarefa que estava sendo realizada ou pensar em algo não relacionado com o episódio.

Atenção prolongada: um grau de atenção que produz resultados consistentes que envolvem uma tarefa contínua e repetitiva realizada ao longo do temo. Por exemplo, se uma pessoa que está lavando pratos mostra uma atenção prolongada, ela executará a tarefa até concluí-la. Se uma pessoa perde o foco, ela pode parar pela metade e passar para outra tarefa.

A maioria dos adultos e adolescentes não consegue mostrar uma atenção prolongada em uma tarefa por mais de vinte minutos e opta por repetidamente retomar o foco nessa tarefa, o que lhes permite prestar atenção em coisas que são mais longas, como filmes.

Atenção dividida: prestar atenção a várias coisas ao mesmo tempo. Essa é uma capacidade limitada e afeta a quantidade de informação que é processada.

Atenção coletiva: prestar atenção a coisas específicas, enquanto filtra outras. Por exemplo, se você estiver em uma festa barulhenta, ainda conseguirá manter uma conversa com alguém mesmo havendo outras sensações acontecendo ao seu redor.

Um exemplo de cegueira por desatenção é o famoso teste do gorila invisível de Daniel Simon. Esse teste mostra o que acontece quando uma pessoa fica sobrecarregada de sensações. Isso ocorre quando o indivíduo não percebe estímulos óbvios, mesmo quando estão bem diante dele. A cegueira por desatenção ocorre com todas as pessoas porque é mental e fisicamente impossível notar todos os estímulos, como já mencionei.

Um grupo de indivíduos foi convidado a assistir a um pequeno vídeo sobre 2 grupos de pessoas (um grupo vestia camisetas brancas e outro, pretas) enquanto 2 bolas de basquete eram passadas dentro dos respectivos grupos. Os participantes do teste foram instruídos a contar quantas vezes a bola era passada em um grupo.

Entretanto, enquanto os 2 grupos passavam suas bolas de basquete entre si, uma pessoa fantasiada de gorila caminhava para o centro, batia no peito e, em seguida, caminhava para fora da tela.

Parece ridículo, não, mas ao término do vídeo, perguntava-se aos participantes do estudo se eles não notaram nada de anormal e em 50% dos casos as pessoas não viram o gorila. O experimento demonstra que a atenção desempenha um papel importante na relação entre a percepção de uma pessoa e o campo visual.

Somada a questão da nossa percepção da realidade ainda temos o estado emocional. Aprendemos muito mais rápido quando há um impacto emocional no aprendizado.

Exemplo: se você alguma vez já levou um choque por colocar o dedo na tomada, ou, quando estava prestes a fazê-lo ouviu um sonoro "NÃO" de seus pais, deve ter percebido que imediatamente aprendeu a não fazer mais isso. O mesmo ocorre com experiências boas, sensações muito intensas geram um aprendizado imediato, que não depende de repetição.

Outro exemplo é quando torcemos o tornozelo caminhando. Vamos mancar por um tempo até ter confiança em apoiar novamente no tornozelo lesionado. Porém, se a dor e instabilidade perdurar por um certo tempo, pode ser que venhamos a desenvolver problemas mais sérios, ou até mesmo, continuar mancando, até mesmo sem saber.

Isso porque somos ótimos em nos adaptar a qualquer coisa e também porque nossos cérebros adoram economizar energia e estão sempre tentando nos proteger, mesmo de nós mesmos. Isso faz com que carreguemos todo tipo de "trauma", sejam eles bons ou ruins, físicos ou psicológicos. Esses "traumas" são aprendizados que compõem nossos filtros do mundo externo.

Mas não se culpe, seu cérebro aprende sempre com uma finalidade positiva, de lhe proteger e lhe manter vivo (mesmo contra a sua vontade), ainda que às vezes os resultados sejam negativos sob o seu ponto de vista.

Seu "medo" de colocar o dedo na tomada é um filtro. Aquele sentimento de confiança que você sente por alguém é outro filtro. O amor que sente por seus pais também é um filtro. Entendeu?

E de onde vem esses filtros? Somos moldados por 4 elementos principais: Ambientes; Comportamentos; Crenças; Valores.

Isso tudo dificulta ainda mais a nossa comunicação, uma vez que, estando expostos à realidade, além de absorvermos muito pouca informação, em um diálogo não conhecemos os filtros do interlocutor, que, por sua vez, também não conhece os nossos.

 Uma boa estratégia ou método de comunicação é deixar a mensagem mais genérica, o que não significa reduzir seu conteúdo ou relevância. O que quero dizer é que o excesso de especificação pode fazer com que o interlocutor "barre" boa parte das informações por não ser congruente com seus "filtros".

Faça esse exercício: observe em sua comunicação, falada, escrita e física o que é utilizado que poderia ser "barrado" por alguém e porquê. Pense em como transformar isso em algo mais genérico, que possa ser melhor aceito sem perder o conteúdo e a relevância.

Como estava dizendo, o impacto emocional influencia diretamente no aprendizado e, consequentemente, na memória. Quando estamos bem temos a tendência de nos lembrar de coisas boas, assim como, quando estamos mal, ou preocupados, temos a tendência de nos lembrar de coisas que tem relação com esses estados emocionais.

Por isso que patologias como a depressão demoram a ser curadas pois as pessoas que passam por essa situação estão em um ciclo vicioso. E por isso que, em provas, costuma ocorrer o famoso "branco", uma vez que o sentimento de ansiedade e nervosismo faz com que tenhamos dificuldade de nos lembrar de algo que estudamos enquanto estávamos calmos e reflexivos.

A boa notícia é que terapeutas modelados por programadores neurolinguistas conseguiam decifrar a estrutura profunda dos pacientes e com isso, levar a estrutura superficial deles próprios para a estrutura profunda dos pacientes, ou seja, aprenderam formas muito mais eficientes de comunicação, permitindo transferir quase a totalidade de sua percepção da realidade para o interlocutor.

Isso foi possível através da identificação do processo mental.

Mais à frente, ensinarei você meu processo mental, de forma que possa usufruir do meu padrão de pensamento para ajudar você a alcançar seus objetivos.

Quando recebemos a informação externa ela passa por nossos filtros sensoriais, gerando um processo interno e armazenagem interna (representação da informação). Depois essa informação processada é recuperada através de um processo chamado busca transderivacional, gerando nova representação interna que, por sua vez, gerará uma resposta que é um comportamento verbal e/ou não verbal.

Esse comportamento pode ser expresso em 6 modalidades de Expressão: Visual; Auditiva; Cinestésica; Olfativa; Gustativa; Inespecífica.

O interessante de conhecer tudo isso é o que podemos fazer com essa informação. Podemos modificar comportamentos, respostas do nosso corpo e cérebro aos estímulos. Ou seja, com um método, podemos escolher como e o que fazer.

Para mudar um comportamento precisamos mudar o ponto de vista, que em consequência modificará o estado emocional (produzindo estímulos químicos no organismo, hormônios, etc.), modificando em consequência o comportamento.

Apenas a mudança de ponto de vista já pode modificar comportamentos.

Além disso, saber onde usar os estados emocionais, quais são úteis de acordo com as atividades que precisamos exercer, e para que servem, igualmente nos beneficiam.

Exemplo: se fico nervoso em provas, mas estudei tranquilo, em consequência não consigo me lembrar de nada. O que você pode fazer é pensar: "como seria se, ao invés de estar nervoso agora, eu estivesse tranquilo?" e pouco a pouco lembrar-se de como é estar tranquilo, de como esteve tranquilo estudando e, em consequência, lembrar-se do que precisava lembrar.

Esse é o motivo porque processos como o Coaching e terapia funcionam. Boas perguntas mudam o ponto de vista que muda o estado emocional, que muda o comportamento, que muda a realidade.

Colocar-se nos estados emocionais que fazem você acessar os recursos que adquiriu enquanto estava nesses estados proporcionara a você insights, que nada mais são do que interligação de teias neurais. Eles podem ocorrer por lembranças ou por associações que nunca haviam sido feitas antes (essas ocorrem mais quando somos expostos à estímulos diferentes).

Você já faz isso inconscientemente por algo que se chama "gatilho", que nada mais são elementos variados que imediatamente te rementem à um estado emocional como reação. Quando vê uma foto antiga, quando sente um cheiro que lembra algo da infância, etc.

Agora o que vou ensinar é a minha estratégia mental, meu método para resolver problemas e alcançar objetivos.

Meu processo de convencimento, para chegar à conclusão de que algo é importante, real, útil, enfim, se dá através da quantidade de informações que recebo do que vejo, ouço e sinto. O que quero dizer com isso é que não basta que eu veja algo para me convencer, eu também tenho que ouvir a respeito e me sentir bem com aquilo que tenho recebido, e isso tem que acontecer em grande quantidade, do contrário, não me convenço.

Isso, por si só já me ajuda muito, eis que me desvia das armadilhas de agir por impulso, permitindo que eu aprenda muito com cada decisão. Evidente que com coisas simples esse processo é infinitamente mais curto.

Agora, por exemplo, quando sou submetido a algum estímulo, por exemplo, algo que alguém faz e que me desperta o interesse, ou seja, me faz sentir bem a respeito daquilo, eu começo a fazer um exercício:

Passo a visualizar, em minha mente, como aquilo me teria sido útil no passado, e guardo essas informações. Em seguida, passo a visualizar como aquilo me será útil no futuro, e também guardo essas informações.

Depois disso, começo a construir algo que chamo de "motivo" ou "propósito em aprender aquilo", que consiste em conjugar as informações que obtive anteriormente quanto a utilidade e construir "o que eu quero com aquilo afinal de contas".

Em seguida, passo a fazer uma observação criteriosa daquilo que me gerou o estímulo, a estudar aquilo, procurando o máximo de informações possíveis que possam me indicar o caminho a seguir para atingir meu objetivo.

Então comparo essas informações com aquele "motivo" que construí e passo a refletir sobre o que poderia fazer para alcançar aquele ponto onde pretendo chegar.

Isso me gera alternativas, as quais, se forem congruentes com o "motivo" e me aproximarem do resultado, penso em como executá-las e elaboro um plano de como fazer isso.

Para isso, é importante seguir esses passos:

Meta

Nada mais é do que o que você quer. Nunca perca ela de vista. Tudo o que você fizer será em função da meta. Tudo o que vai pensar, refletir e agir será em prol do alcance da meta.

Então, sempre tenha em mente a cada passo daqui para a frente:

Isso faz sentido em relação à meta? Me aproxima da meta? Me distancia da meta? Como pode me ajudar a alcançar a meta?

Se não faz sentido, não aproxima e não te ajuda a alcançar a meta de alguma forma, descarte (evidente que não deve deixar de fazer o que é importante para manter a sua vida em ordem e funcionando, ok?).

As únicas regras são que a meta tem que ser expressa sempre no positivo, tem que ser específica, tem que ter uma data para ser realizada, e tem que ser mensurável, tanto para o alcance, quanto para o progresso (caminho até a meta).

Estado Atual e Realidade

Nada mais é do que onde você se encontra agora, enquanto apenas almeja a meta.

Opções

São as opções do que pode ser feito agora, ou ao longo do tempo, para que se alcance a meta. Podem também ser opções que podem gerar mais opções.

Por exemplo: ler um livro que não necessariamente vai me aproximar da meta, mas pode me trazer insights ou algum conhecimento, ou ainda uma nova opção, que me levarão em consequência para mais próximo da meta.

O quê?

Das opções que conseguiu produzir:

Quais escolhe adotar agora? Essa semana? Esse mês? Esse ano? Por qual pretende começar? O que vem na sequência? E assim por diante...

Revisão

Uma breve revisão dos passos anteriores, em busca de maior compreensão e mais insights. Quem sabe até mais opções.

Plano de Ação

Uma vez elencadas as opções, escolhidas quais pretende adotar e em que ordem vai começar e continuar, elaborar o plano de como isso vai se operacionalizar.

Esse plano consiste em responder alguns questionamentos, como:

O que você vai fazer para que a opção aconteça?; Como você vai fazer isso?; Quando? (dia e hora); Onde? (local específico); Com quem?; O que mais você precisa para que isso aconteça? (Exemplo: computador, carro, dinheiro, permissão, ajuda, etc.); Quem pode te ajudar? Como fazer para essas pessoas te ajudarem?; Quem pode te atrapalhar? Como fazer para essas pessoas não te atrapalharem?; E se der tudo errado, qual o seu plano B?; E se o resultado pudesse ser excepcional, o que acrescentaria?; Como você poderia tornar tudo isso divertido?

É importante que todas as ações que você se dispuser a fazer sejam realizadas no prazo estipulado. Evidente que as vezes precisamos fazer adaptações, mudar o dia ou a hora, ou ainda até mesmo a ação em si, por inúmeras razões.

Somente não perca de vista o porquê você está fazendo isso.

Lembre-se da meta e lembre-se que você não gerou essas opções e ações à toda, ou seja, está focado em uma meta e está seguindo um método, então não duvide de sua "intuição" e dos seus insights enquanto está seguindo o método.

Se gerou opção e plano de ação então faça! E depois colha os resultados!

Ação

Mãos à obra! Parta para a luta!



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