O canal de TV por assinatura Universal tem um programa chamado What’s on, em que mostra curiosidades do mundo do cinema. Em um dos episódios, a atração fez um apanhado de filmes em que os atores chegaram ao limite, em nome de executar bem o papel.

Uma das histórias contadas é a do filme “Whiplash - Em Busca da Perfeição”, que rendeu o Oscar de melhor ator coadjuvante para J. K. Simmons. Nas gravações, o ator Miles Teller tocou bateria até sangrar e ter lesões nas mãos. Cenas de tapas também foram para valer.

Um exemplo de dedicação total é o de Daniel Day-Lewis, maior ganhador do Oscar de melhor ator da história, com três estatuetas. Segundo reportagem do iG, ele permanece nos personagens mesmo nos intervalos das filmagens. Foi o que ocorreu em “Meu pé esquerdo”.

No longa, interpretou um irlandês de família humilde com paralisia cerebral que usa o pé esquerdo, único membro com movimento, para escrever e pintar. A equipe tinha que alimentar o ator, além de levá-lo de um lado para o outro em uma cadeira de rodas.

Quando fez Lincoln no cinema, ainda de acordo com o texto do iG, Day-Lewis falou o tempo todo com a voz do ex-presidente americano, até durante os recessos. É provável que ele tenha enfrentado resistências de colegas, principalmente no início da carreira.

Esse tipo de perfil profissional causa arrepios e tem dificuldade para se fazer entender. Day-Lewis não queria puxar o saco dos diretores. A intenção dele era, pura e simplesmente, tentar buscar a excelência. Gente assim não tem vida fácil no mercado.

Em primeiro lugar, que mania desgraçada é essa de acreditar que qualquer coisa que se aproxime da dedicação é sinônimo de puxar o saco de alguém? Se o ator tivesse dado ouvidos a esse tipo de crença, não teria atingido nem 1% das realizações.

É claro que, em geral, não precisamos sangrar e trocar tapas no mundo das empresas. Ou até mesmo falar como um ex-presidente dos Estados Unidos, enquanto tomamos café na cantina. Agora, a pergunta que fica é: como podemos nos aproximar desse grau de entrega?

Daniel Day-Lewis tem, ainda, outra característica interessante. Não precisou fazer um milhão de filmes para conquistar as três estatuetas. Pelo contrário. Gosta de se recolher para fases de renovação e escolhe muito bem os papéis que vai interpretar.

Essa linha de raciocínio está de acordo com o livro “Mais tempo, mais dinheiro”, de Gustavo Cerbasi e Christian Barbosa. É uma obra espetacular. Mostra que nem sempre um grande número de atividades representa maior retorno. Tão óbvio e tão profundo...



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