Você já reparou como hoje em dia vemos pessoas amigas sentadas numa mesa de bar e, ao invés de estarem conversando umas com as outras, estão entretidas com o smartphone?
 
A conexão humana está mudando. Conhecer pessoas de uma forma natural está cada vez mais difícil. Vemos isso nitidamente pelo crescimento de aplicativos como o Tinder: com um pequeno movimento do seu dedo indicador você demonstra interesse em alguém. E são poucas as pessoas que leem a descrição em aplicativos como este. O que olhamos é a imagem.
 
Observamos em redes sociais como Instagram, Facebook e Snapchat, fotos de pessoas felizes constantemente. Nessas imagens todo mundo parece tão bem resolvido, com um senso de força interna, autoconfiança e felicidade muito grandes, quando a realidade pode ser um pouco diferente.
 
Os celulares e redes sociais foram criados e “jogados” aos seres humanos sem uma explicação correta sobre o uso constante e excessivo. Por conta disso, raramente pensamos sobre o peso que a tecnologia pode ter em nossas em vidas.
 
Um estudo feito na Universidade de Harvard em 2012 apresentou um relatório que informava que falar sobre si mesmo nas redes sociais e usar o telefone celular, ativa uma sensação de prazer normalmente associada à comida, dinheiro e relações sexuais. Ou seja, este tipo de tecnologia é altamente viciante.

Cada vez que você recebe uma mensagem de texto no Whatsapp ou uma curtida no Facebook, o seu corpo está liberando dopamina, a mesma substância química liberada com o cigarro, bebidas alcóolicas e apostas. O que é interessante nisso, e vale a pena ser pensado mais a fundo, é que há restrições legais para essas coisas, e no caso de menores de 18 anos proibição total do uso. 

Mas não temos a mesma restrição em relação ao uso do celular e redes sociais, sendo que esse uso excessivo é tão preocupante quanto mesmo para pessoas adultas! Calcule isso, então, para um adolescente de 15 anos ou uma criança de 8!

Gostaria de apontar que não há nada de errado em usar o celular ou redes sociais. O que é preocupante é o desequilíbrio e vício atual, sinais que mostram que pode ser um vício.
 
Imagine que você está jantando com um ou mais amigos e começa a utilizar o celular constantemente, seja para mandar uma mensagem para uma pessoa que não está presente ou checar as redes sociais. Indo mais a fundo, a primeira coisa que você faz quando acorda é checar seu celular, sem nem ao menos dar bom dia ao seu companheiro que está ao lado. Ou deixar o celular em cima da mesa, mesmo estando virado para baixo, durante uma reunião.
 
Em todos esses casos, o que você acaba passando, é a imagem de que elas não são tão importantes em sua vida. Que este momento sendo dividido com elas é indiferente.
 
Existe um aplicativo muito interessante chamado Moment que monitora seu uso diário do celular, que mostra claramente o quanto você usou o aparelho: quantas vezes pegou para checar alguma coisa, o que foi utilizado especificamente, quanto tempo passa utilizando cada aplicativo. 

Para exemplificar a seriedade, baixei o tal aplicativo e fiquei abismada com o meu uso: um dia usei o meu celular por dez horas! Dez horas! E, por mais que eu use o celular para trabalhar, ainda assim, a utilização naquele dia foi muito alto. Isso me fez rever como uso o telefone, para tentar utilizá-lo de maneira mais racional. Este tipo de aplicativo, quando instalado no celular, pode ajudar a manter um controle diário do uso e nos ajudar a viver os momentos da vida real.
 
Momentos sociais com amigos, familiares e colegas de trabalho são essenciais. A interação humana nos permite crescer, ouvir opiniões parecidas ou diferentes das nossas e refletir sobre a sociedade como um todo.

Pode parecer que estamos socializando quando utilizamos o celular, mas a realidade é que se usado excessivamente, estamos apenas permitindo que o vício nos domine. Deixar o smartphone de lado por algumas horas é saudável e necessário para olharmos além da imagem e criarmos conexões humanas reais com as pessoas que estão a nossa volta.
 
O desafio que deixo aqui é: marque de encontrar uma pessoa que você ame e deixe o celular de lado durante todo o tempo que estiver com ela. Após feito isso, repare nos benefícios que essa mudança de hábito terá em seu relacionamento, tornando a comunicação com o próximo mais saudável e assertiva.



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