De nada adiantará uma grande estratégia se os líderes não tiverem a competência necessária para transmiti-la em todos os níveis da organização. Significa dizer que, independente do “tipo” de conteúdo a ser repassado, o gestor deve levar em consideração qual o fato relevante a destacar na mesma mensagem para cada público interno.

Desta forma, o que pode ser percebido como estratégico para um, para outro não passará de informação operacional. Uma assunto da área de TI poderá impactar estrategicamente no SAC da empresa, enquanto que para o jurídico será apenas uma simples informação. É muito comum existirem reuniões estratégicas entre os gestores de uma organização, onde só se pautam temas puramente operacionais, que poderiam ser articulados por eles no dia a dia, sem a necessidade de um fórum especial para isto.

Habilitar-se para o domínio comunicacional e inteligência emocional para a gestão da informação sobre grandes diretrizes (estratégias) e/ou processos (operação), é o que recomendamos. Quando falamos em estratégia vamos diretamente para a contextualização do porque dos fatos. Quando nos referimos a conteúdos táticos e operacionais diligenciamos em como fazer. Além destas duas premissas, é preciso levar em conta o perfil do público a ser mobilizado, seu nível de engajamento e entendimento sobre a organização como um todo.

O colaborador pode perceber que trabalha numa fábrica de peças automotivas que está vendendo muito bem, contratando pessoas, fechando novos projetos com grandes marcas, etc. Com este cenário que ele está “sentindo no ar”, jamais compreenderá por que afinal o PPLR atingiu somente 78% da meta e que, desta forma, ele não receberá participação nos resultados. A única informação que ficará registrada é que “ele não receberá nenhum valor a mais” e que, inclusive, já havia comprometido seu orçamento familiar contando com este extra salarial.

Desta forma, mais uma vez ressaltamos que a contextualização dos fatos, independente da categoria da informação, estratégica ou operacional, é fundamental para o processo de comunicação acontecer de forma mais sustentável. Torne rotineiras suas práticas de comunicação e considere que não se contextualizam alguns assuntos do dia para a noite. Principalmente quando se tratam de temas essencialmente polêmicos, como: benefícios, participação em resultados, projetos especiais, dissídios, redução de custos, inovação, etc.

Crie relações e associações sobre a informação que está sendo passada, conte histórias, traga exemplos, para que o pensamento das pessoas que o estão ouvindo, possa resgatar as devidas conexões de experiências anteriores e não apenas atuar no piloto automático do “como”, mas principalmente sobre o porquê dos fatos.

Por isso o “gestor comunicador” tem muita responsabilidade para o sucesso deste fluxo comunicacional. Ele é totalmente responsável por todas as informações circulantes na organização, sejam elas de que teor forem. Treinar, treinar e treinar, não existe outra palavra de ordem neste caso.



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