O filme “Babe, o Porquinho Atrapalhado” completa 20 anos em 2015. É outro que marcou minha infância. Em uma das cenas, uma cadela tenta ensinar o porquinho a conduzir as ovelhas. Ela pede que o pupilo grite, maltrate e morda para ser respeitado.
Veja o diálogo:
- Você as trata como iguais! São ovelhas. São inferiores.
- Ah não. Não são!
- É claro que são! Somos seus senhores, Babe. Deixe que duvidem por um segundo e elas abusam de você. Faça com que se sintam inferiores. Abuse delas. Insulte-as!
- Mas vão rir de mim.
- Então morda! Seja durão! Custe o que custar, faça com que obedeçam!
O porquinho vai até as ovelhas.
- Mexam-se daí suas.... suas.... debiloides!
Elas riem. Motivado, Babe parte para a estratégia da mordida. Surpresa, uma das ovelhas diz:
- Jovenzinho, pare com essa tolice. O que aconteceu com você? Acabei de dizer que era um porquinho bonzinho.
- Estava só tentando ser um cão pastor.
- Já há lobos demais no mundo e você é tão bonzinho. Quer virar mais um? Isso não está em você, jovenzinho.
- Desculpe pela mordida. Você está bem?
- Bem, eu nem chamo isso de mordida. Tem algum dente nessa boca mole ou só gengiva?
Todos riem. E a ovelha completa:
- Um coração de ouro! Chega dessa bobagem de lobo, jovenzinho. Um porquinho bonzinho assim só precisa pedir.
E as ovelhas se dirigem, tranquilamente, até o cercado.
Essa cena nos traz um belo ensinamento sobre a diferença entre chefia e liderança. As ovelhas perceberam que aquela maldade não fazia parte da essência de Babe e resolveram obedecê-lo pelo que ele sempre demonstrou ser. A “mordida” soou falsa, sem força. Não era ele.
Nesse contexto, os cães conseguem fazer com que as ovelhas se mexam a qualquer hora. Porém, é sempre na base da violência e do grito. Não há respeito. O bom de conquistar é que, depois, a contrapartida vem de forma automática. Faz muito mais sentido!
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