Imagine que você perdeu suas chaves. O que você acha que é o correto a fazer neste momento?

1) se concentrar em procurar, pensando com calma em onde pode ter deixado, ou
2) ficar reclamando por ter perdido, procurando sem rumo feito uma “barata tonta”, mais preocupado em culpar alguém do que em pedir ajuda.

Certamente você respondeu a primeira opção mas já deve ter reconhecido que na realidade o que acontece é a segunda. E se substituirmos a perda das chaves por qualquer outra situação “problemática”, o mesmo ocorre porque ao invés de focarmos na solução do problema, acabamos nos perdendo, focando no fato de ter acontecido.

Mas se em teoria sabemos o que deve ser feito, porque a dificuldade em praticar? Por causa de uma simples palavrinha… “emoção”. Em situações de problema, temos a tendência natural de deixar as emoções ruins nos dominarem e acabamos nos focando no problema mesmo sabendo que deveríamos nos preocupar com a solução.

Para o nosso alívio, existem duas soluções para esta situação, uma, dominando as emoções – que abordarei em outro artigo – e outra sem precisar dominar as emoções, que abordarei logo abaixo, mas antes, vamos enfatizar um pouco mais a importância em focar na solução, você precisará estar bem convencido sobre esta importância para dar valor e praticar, qualquer que seja a solução.

Focar no problema só servirá para gastar energia, atrapalhar e atrasar a solução, desgastar as relações, potencializar os impactos, aumentar a dimensão da situação e mantê-lo acorrentado ao problema, ou seja, nenhum benefício. Deixar o foco da atenção voltado para a solução, significa preocupar-se em solucioná-lo o mais rápido, da melhor maneira possível, e ainda extrair aprendizado da situação.

Se é que algum problema mereça tempo com lamentações, estipule um período para você usar do seu direito de ficar abalado(a) mas não dê mais tempo para este período do que ele precisa. Recupere-se e tome as rédeas da situação, cada minuto depositado neste período de lamentações, será um minuto perdido na sua vida, e eu garanto que existem maneiras melhores para investir o seu tempo.

Agora então, vamos a uma maneira prática para manter o foco na solução, sem precisar dominar as emoções do momento.

Repita em voz alta para você o que você deveria fazer!!! Simples assim. Mesmo com emoções ruins afloradas, você se ouve – na verdade em alguns casos a única pessoa que você ouvirá é você– portanto abaixe a cabeça (se preferir) e repita para você o que sabe que é o certo fazer. E para ajudá-lo, vou citar alguns casos superficiais para dar uma direção:

Troque o “Porque isso me aconteceu?”
pelo “O que eu posso aprender com isso?”

Troque o “Aconteceu novamente comigo!”
pelo “O que eu posso mudar para que não aconteça novamente?”

Troque o “Não sei o que fazer!”
pelo “A quem posso pedir ajuda?”

Troque o “Não vai dar tempo…”
pelo “Do que posso abrir mão para adiantar?”

Troque o “Não sei por onde começar…”
pelo “Qual a prioridade por urgência no que eu tenho que fazer?”

Troque o “Não fui compreendido!”
pelo “Como posso me expressar melhor?”

Troque o “Não sei o que dizer….”
pelo “Me desculpe.”

Troque o “Como vou consertar isso?”
pelo “Por onde é melhor começar?”

Troque o “Como vou começar novamente?”
pelo “Desta vez vai ficar melhor que antes.”

Troque o “Como fui fazer isso?”
pelo “O que pode servir para reparar?”

Bom, espero que esta abordagem seja útil em sua vida nos momentos difíceis.

Lembre-se, em dias de mar calmo, todo navio tem um bom capitão.

Um abraço



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