O principal problema é que a escola “tende a não reconhecer o “jovem” existente no aluno, desencadeando a partir desse fato, uma série de desafios para o coordenador pedagógicos. Entre estes desafios pode - se citar o “Ensino errado”, mencionado no texto de Gabriel, O PENSADOR, que fala sobre a desconexão entre a vida do estudante e a vida do jovem”. A escola induz o estudante a deixar de ser jovem ao adentrar os espaços da escola. Há uma espécie de “desconfiguração” na forma de orientar esse jovem. É essa dificuldade que as escolas têm de aceitar o “jovem” em cada estudante que gera o constrangimento: a escola não aceita o jovem como ele é o jovem não aceita a escola como ela conduz o processo de ensinar.

É perceptível que o sistema brasileiro de educação precisa analisa e mudar suas “intenções” e ações em relação sua dimensão pedagógica. Há um “ensino errado” sim! Não se considera o conhecimento do jovem, não se valoriza a realidade do jovem, não se se planeja aula para o jovem.

Escola é um local de construção de conhecimento, não uma prisão, um ambiente fechado à realidade. Infelizmente ainda não se chegou a esse patamar do “ensino “certo” aqui no Brasil. Segundo o texto de Gabriel, o Pensador (Estudo Errado) a metodologia de ensino segue modelo obsoleto: “e não me dando as aulas que deram para o meu pai” (metodologia) “Eu prefiro que me ensine coisa que preste”/ “Mas o ideal é que a escola me prepare para a vida” (em relação ao conteúdo) “A rua é perigosa, então vejo televisão” ( realidade do aluno).  Mas os jovens não são protagonistas no seu processo de construção dos seus conhecimentos e nunca são solicitados a opinar sobre como ou o que aprender. Olhem o que diz o trecho de uma música do Charles Brown Jr:


Vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério
O jovem no Brasil nunca é levado a sério (...)
Sempre quis falar, nunca tive chance.
Tudo que eu queria estava fora do meu alcance (...)


Em relação ao trecho da música acima (Charles Brown Jr.) é possível refletir sobre várias dimensões do jovem. A primeira reflexão é que o este é concebido como uma espécie de destinatário. A outra é que ele nunca é levado a sério. Já o texto “Ensino Errado” descreve a rotina da escola como chata, enfadonha, sem atrativo algum e que está “recheada” de obrigações que não contextualizam com a realidade do jovem levando-o a frequentá-la apenas para receber certificados. Este é o cenário desafiador do Coordenado Pedagógico. É dele a função de articular situações que viabilizem o diálogo com os sujeitos do processo do ensina r(docente) e do aprender (os jovens estudantes) para que seja evitadas tensões e constrangimentos e a escola e jovens estudantes se se alinhem
Os alunos “reais” em nada se diferem do aluno descrito no texto de Gabriel, o Pensador no texto o “Ensino Errado”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com exposto constata-se que as escolas brasileiras estão longe de promover o protagonismo juvenil. Sabe-se que as Diretrizes Curriculares acenam para a implantação de uma educação emancipatória que cuide dos jovens em todas as suas dimensões, isto é integralmente. Para tanto se deve propor o diálogo com novos temas e novas propostas. E esse novo momento deve ter a participação da parte mais interessado no ensino: o próprio jovem que também é estudante. Não será fácil. Mas é preciso que se enfrente e se avance, pois o empoderamento tão necessário para se educar eficazmente advém das vivências e experiências.

REFERÊNCIAS

DAYRELL, J; GOMES, N.L. Juventude, práticas culturais e identidade negra. Palmares em Ação, Brasília, DF, n. 2, p. 18-23, 2002.
DAYRELL, J.T. A música entra em cena: o rap e o funk na socialização da juventude. Belo Horizonte: UFMG, 2005.



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