“Enquanto uns choram, outros vendem lenços” Nizan Guanaes

Acredito já termos lido, escutado ou repetido esta frase algumas vezes. Esta frase provoca certo desconforto, indignação ou questionamento. Como, não chorar em momentos de crise? Crise econômica? Crise política? Crise social? Crise existencial?, etcetera e tal?!!! O cerne desta questão está debruçado nos limites geográficos, temporais ou mentais individuais?

Vou me ater aos limites mentais individuais, aqueles que nos servem, interagem conosco enquanto pessoas que somos e agimos. Distraidamente, entramos num estado similar ao “descanso de tela”. Este estado é, além de conhecido, escolhido por nós, pois enquanto mergulhados em nossos medos, inseguranças, dúvidas, frustrações, apegos, complexos de superioridade ou inferioridade permitimos que quem está de fora, nos observando, não perceba o que verdadeiramente temos atrás das imagens aparentes. É no mínimo curiosa esta constatação. Desperdiçar energia e trabalhar com a escassez não nos ajuda, de forma alguma, a transformar momentos de crise em ideias, oportunidades e soluções que possam fazer a diferença.

Como vender lenços em tempos de crise?

Sejamos como o pássaro lendário da mitologia grega – Fênix, possuidora de uma grande força, capaz de transportar pesadas cargas durante seu vôo. Por sua morte diferente tornou-se um símbolo de força e coragem, da imortalidade e do renascimento.

Para que isso ocorra será preciso olhar para dentro e verificarmos o que nos impede de criar na escassez e decidir se continuaremos fazendo parte do senso comum ou dar um salto de qualidade em nossa vida. O primeiro passo: identificar com quem ou onde está o controle de suas ações. Ao fazer isso devolverá em si mesmo o poder e a força para recalcular peso e carga que levará em sua bagagem nesta nova viagem.

O segundo passo: seguir apreciando, observando, escutando e sentindo os sinais que esta trilha trará se transformando na pessoa mais importante e responsável por esta mudança assumindo a direção, controle e o caminho que o levará a realização de seu objetivo.

O terceiro passo: como um bandeirante, desbravar territórios até então desconhecidos servindo-se deste ato de bravura para que de forma destemida e corajosa saia da zona de conforto, reveja valores, amplie conhecimentos, revitalize talentos e virtudes tornando-se capaz de pensar, sentir e agir de forma renovada e criativa. Essa mudança causará impacto em suas ações transformando a crise em oportunidade. Consequentemente sua realidade será modificada.

Dois casos recentes de criatividade. Dois homens, em lugares distintos, se expuseram reinventando suas ”marcas” e, com isso, se recolocaram no mercado de trabalho. Um deles ousou vestir-se como um estiloso garçom exibindo luvas e um guardanapo brancos sobre seu antebraço que servia de apoio a um bol, de aço inox, com gelo e pequenas garrafas d’água num farol qualquer da cidade a vender “sede” às pessoas que por ali transitavam. Outro se vestiu com um belo terno e exuberante gravata, saiu às ruas como um verdadeiro executivo bem sucedido munido de seu currículo dirigiu-se a um farol qualquer de sua cidade e vendeu “competência profissional” ao entregar seu currículo às pessoas que por ali passavam e ocasionalmente paravam.

Estes dois homens mostraram ter se tornado observador cauteloso e diferente de si mesmo e do mundo. Causaram impacto criativo, mudaram o presente e consequentemente o futuro.

E assim mostraram que como no processo doloroso de morte e renascimento da Fênix ela perde as penas, o bico e as garras se desfazendo do que a sustentava como “Grande Pássaro” e ressurgir das cinzas. Deixaram ir o orgulho, a presunção, a vaidade e muitas outras coisas que dispensam comentários e permitiram o renascimento da Força, da Coragem, da Ousadia, da Superação e da Determinação para a mudança significativa em suas vidas.

Com certeza estes homens fizeram a diferença e servem de inspiração a nós todos.



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